sábado, 18 de outubro de 2008

CRONICA VIAGEM AO CHILE - SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO MERCOSUL-CONESUL (OSORNO - CHILE)

XIII Seminario Internacional sobre Formación de Profesores em el Conosur de América (Argentina – Brasil – Chile – Uruguay
( Universidad de Los Lagos. Osorno ,Chile)
(1 a 5 de novembro de 2005)


Hola, que tal?

“Reviver coisas, objetos, sentimentos (fenômenos espirituais e materiais), é viver novamente as coisas, objetos e sentimentos só que, com outros movimentos, qualitativamente sistematizados pela experiência e pelo sentimento de que tudo é possível. Por isso, a alegria que temos de comemorar a vida e aprender todos os dias a conviver, organizar e reorganizar a nossa historia”.


O Seminário e a viagem foram inesquecíveis. O grupo de viagem fez com que todos os momentos de convivência fossem agradáveis e de grande aprendizagem, ora intelectual, ora humana.

Esse grupo que viajou, não era um grupo comum, como disse Minasi ao Carlos da Millenion, eram pessoas que acreditavam na essência do ser humano, no coletivo, na solidariedade, na democracia e no respeito ao outro. Por isso tivemos algumas situações singulares com a nossa guia que apresentava uma formação inflexível.

Essa vivencia e prática dela fez com que se chocasse conosco, em virtude de acreditarmos que tanto nós como as coisas estão “cambiando” a cada dia, horas, minutos e segundos. Mas com certo jeito e atitudes conseguimos conhecer e analisar o seu limite e a partir daí traçávamos relações para manter o clima de solidariedade, respeito, aprendizagens e convivência entre nós com o intuito de alcançar nossos objetivos.

O roteiro a seguir, mostra esse “compartilhamento”, palavra muito utilizada pelos chilenos e argentinos. Saímos de Porto Alegre dia 27/11/2005 às 20.45 horas, em direção a Mendoza, Argentina. Durante esse roteiro passamos por São Francisco, Rio Cuarto, Villa Mercedes e depois de 29 horas de viagem lendo, ouvindo música, tomando vinho e lanchando coletivamente, contando piadas, declamações de poesias e histórias, nos conhecendo, chegamos ao Hotel Balbi em Mendoza - Argentina.

De Mendoza, logo pela manhã, saímos em direção ao Chile. Esse percurso foi especial, pois atravessar as Cordilheiras dos Andes fez com que as pessoas, umas, pela primeira vez, outras mais; pensar sobre o poder belo da natureza. Nesse momento nos sentimos como uma semente de mostarda diante da imensidão.

No Pico Aconcágua, um dos pontos mais alto das Américas (mais ou menos 7000 metros de altura) paramos para apreciar e tirar fotos. A nossa próxima parada se deu em Portilho 3300 m de altitude, depois descemos os Los Caracoles, que são 10 km em forma de zig zag, num total de 32 curvas.

Ao chegar em Santiago, no Chile, tivemos uma experiência particular com o Hotel Londres. Como estava tendo um Congresso para os Bombeiros, o hotel reservado estava lotado, e mesmo assim, tentaram nos acomodar, mas não foi possível ficar, para a alegria de alguns e a tristeza de outras!!! Sendo assim ficamos no Hotel Plaza no centro de Santiago. Pela manhã fizemos um city-tour na cidade.

De tarde fomos em direção a Osorno, sul do Chile. Nesse percurso passamos por Temuco e outras cidades. No sexto dia de viagem e primeiro dia em Osorno fomos conhecer o que o sul do Chile nos reservava. De início fomos a Puerto Varas, como dizem, irmã de Gramado. Lá visitamos o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales e os Saltos do Rio Petrohué. A água desse lugar é verde esmeralda chegando a atingir a qualidade de água transparente, tendo como paisagem de fundo o Vulcão de Osorno. De Puerto Varas fomos a Puerto Montt a 20 km dali, ver uma das maiores feiras de artesanato, que tem como atrativo as jóias com pedras de lapislázuli. Estas pedras são típicas do Chile e também do Afeganistão.

Na quarta feira 02/11/2005 iniciou o ápice do circuito Andino, o “XIII Seminario Internacional sobre Formación de Profesores em el Conosur de América (Argentina – Brasil – Chile – Uruguay)”. Nesse seminário estavam presentes representantes do Brasil, Uruguai, Argentina, Venezuela e Chile.

O Seminário iniciou com as boas vindas do Reitor da Universidade de Los Lagos e este colocou que a universidade está fazendo esforço para melhorar as condições materiais da formação dos professores e também suas condições de trabalho.

A seguir, a abertura se concretizou com a Mesa Redonda constituída por professores representantes de seus países: Luis Ordóñez (Chile), Augusto Silva Nibaldo Triviños (Brasil), Susana Vior (Argentina), Guilhermo Pérez-Gomar (Uruguay), Samuel Carvajal (Venezuela) e Oscar Garrido (Chile) que organizava a mesa. Esta tinha como tema “Perspectivas Educacionales en Latinoamérica bajo modelos neoliberales”.

O primeiro a falar foi professor Luis Ordónez que apresentou a educação no contexto neoliberal, colocando que a educação inevitalmente absorve as contradições que ocorre numa época determinada. Destacou os diferentes paradigmas que a educação passou na América Latina, desde a dominação feudal até a valorização tecnológica como resposta aos problemas da educação.

Nos anos 80 a imposição da política neoliberal deu uma nova cara para a mesma cara, ou seja, acumular mais posses e riquezas em poucas mãos, que segundo o professor o neoliberalismo ampliou a penalidade de outros povos.

Na proposta neoliberal o mercado é tudo e resolve tudo, inclusive a escola. Hoje a educação é uma educação ideológica, e mostra uma educação para a sobrevivência. Necessita ter uma educação mínima para que as pessoas sejam mais eficientes para o mercado. Atualmente a educação privada é de primeira classe, a educação municipal é de segunda e a educação estadual é de terceira classe – para os pobres, para serem mão de obra. Há uma privatização da educação, um tipo de educação para cada tipo de população.

A concepção hoje é a educação como mercadoria e não uma educação para o ser humano. Os estudantes são matéria-prima ao ingressar, produto em sua saída, e os pais os clientes.

Para finalizar o prof. Ordoñez cita Gentili colocando que a crise de qualidade se identifica a crise de eficiência e incapacidade – mostrando o estado como inferior, não dando conta da realidade.

A seguir, prof. Triviños iniciou sua fala agradecendo e ressaltando a importância da Mesa Redonda e do Grupo de Osorno sobre a temática – colocando os problemas que temos da nossa própria vida.

Dividiu sua fala em seis idéias básicas:

1ª Para ele, a educação Latina Americana sempre foi dependente e é dependente.

2ª Que o povo, a massa popular nunca foi importante para os governos de Latino América.

3ª Que o professor foi sempre e é o preterido, especialmente através do salário que recebe, e de sua precária formação. Há diferenças entre as formações dos professores dos diversos países, mas olhando esse processo é bastante deficiente.

4ª Neoliberalismo é uma adaptação ao capitalismo do séc. XX. O Capitalismo Neoliberal modifica o poder do Estado e as tarefas consideradas como serviço transformando em mercadoria que estão sujeitas à lei de mercado.

5ª As grandes tendências internacionais e o cenário Internacional são por estruturas, homogêneas e nesse contexto estão as grandes potências e nessas, está a grande potência – EUA.

Em 1989 na reunião do consenso de Washington se planejou o desenvolvimento da dec. De 90, onde muitos governos venderam seus países a outros países.

A dependência de Espanha e Portugal, estes trouxeram seus esquemas sociais e implantaram em nossos países, representados pelos nobres e plebeus. A classe elite trouxe o preconceito que se tinha com as massas e com os professores da escola pública. A idéia de que o povo não necessita ter uma educação adiantada, basta só contar, ler, escrever e rezar, e esses eram pequenos grupos privilegiados.

Os professores não existiam para essa classe, estes eram militares enfermos, estudantes fracassados que precisavam ganhar a vida. Seus salários resumiam em cinqüenta centavos (0,50), ovo, vela. Não podiam ser professores, negros, mulatos e os índios.

Os franciscanos, como santo Domingo criou a escola onde todos os habitantes deviam estudar e crer na Santíssima Trindade, o povo deve ser alfabetizado, mas não dêem muita cultura ao povo senão se torna muito perigoso, e isso seguiu a história em diferentes países da América Latina.

Com o novo Sistema Inglês de educação (Cartesiano) o professor selecionava os melhores alunos para serem monitores e estes alfabetizavam os outros. Armando General São Martinho fundou uma escola Normal em forma de monitores, em Lima na Argentina (1822) e o Brasil em 1835 e o Chile em 1842.

Essa realidade mudou, mas essencialmente o professor segue como iniciou sua formação, e estamos acostumados com esse tipo de formação. Esse preconceito contra os professores e os pobres é porque a elite não mudou, o que mudou é que antes as elites eram paternais e agora são agressivas.

O neoliberalismo nasceu em 1938 onde intelectuais se reuniram e viram que as elites iam se acabar e buscaram uma saída. A primeira idéia do neoliberalismo é lutar para enfraquecer o estado, e este não poder ajudar mais a sociedade civil. A segunda é que estes intelectuais estabeleceram que o capitalismo tinha que formar tudo e manter a livre circulação de capital. E mais, que a chave para controlar a economia e manter o equilíbrio dos preços financeiros e monetários, é tratando de câmbio flutuante.

Em 1989 chamou se os dirigentes das multinacionais, Sepal, FMI, Organização Mundial e os políticos de cada país da América Latina, que receberam ordens para realizar todo esse processo que se deu em 1990, comandado pela superpotência – EUA com a ideologia de dominar todo o espaço terrestre.

O capitalismo sabe que a educação é importante e o BM tomou a responsabilidade da educação porque tinha o poder econômico que a UNESCO não tinha. Dessa forma os educadores não têm mais gerências em seus projetos nas universidades da América Latina.

O professor parou sua fala entusiasmado onde todos os participantes estavam emocionados, porque o coordenador da mesa, Oscar Garrido, já tinha apertado todas as lâmpadas possíveis que indicavam que seu tempo já tinha se esgotado.

A seguir Susana Vior da Argentina colocou a questão da democracia apenas para o voto. E disse que vivemos no conservadorismo disciplinador e autoritário que marca o desenvolvimento social, econômico e educativo.

Apresentou o retrocesso do caso da Argentina e do Uruguai nas últimas décadas. E ela se dirigia aos participantes perguntando, de que maneiras podemos sistematizar e ajudar? Qual é a questão que vem sendo implantada pelos Organismos Internacionais?

Segundo ela a educação sempre reproduziu, mas agora ela só reproduz. Comenta que na Argentina tudo se converteu para a implantação de políticas assistencialismo. Há um maior controle democrático, através da elaboração dos currículos, da definição dos conteúdos básicos comuns através de processos centralizadores.

Os professores estão se desprofissionalizando e há um fracasso da maioria dos estudantes das escolas públicas. Aqui na Argentina, através das Agencias Internacionais há uma imagem de um país com sua recuperação social e econômica. Mas os dados mostram outra realidade. A renda nacional está: mais de 50% da população segue sendo pobre e destes 25% vivem sendo indigentes; os pais de família desempregados vivem com 50 dólares fornecido pelo governo.

A imagem coloca que o governo da dec. de 90 aumentou os estudos de jovens e crianças e o censo mostra atualmente, que em diferentes cidades, diminuiu a escolarização de educação infantil (3 a 5 anos) e da educação obrigatória ( 6 a 12 anos) subindo a escolarização entre 13 e 18 anos. Isso mostra o retrocesso escolar e mostra as reformas dos governos financiados pelo BM. Ela termina sua fala dizendo que as medidas educacionais que se desenvolve é imediata.

Quando Guilhermo Pérez-Gomar do Uruguai iniciou dizendo que não estava falando do seu país, mas da conjuntura neoliberal e suas mutações. Colocou que as transformações são muito sensíveis na educação, há uma necessidade de um plano de mutação, ou seja, transformações profundas.

Ele vê a educação hoje como utilitarismo, como instrumento claro de uma sobrevivência. Cada vez mais se vincula no currículo as competências, e também a questão da inflação dos títulos. Há cursos de todos os tipos e obsessão pela publicação para ser avaliado. Mas na universidade só tem projetos de gerências, há uma perda de discussão.

Guilhermo fez uma reflexão de sua própria vida, colocando como que o neoliberalismo se apropria de nossa subjetividade. Há ausência de debates e quando têm, não tem difusão dos meios de comunicação. Para ele necessita de mudanças na educação, na subjetividade e no discurso educativo. Analisar o discurso, ver as ideologias. Há uma imaginação de linguagens na educação, vocábulos como competência, produto e essa maneira sutil constroem hegemonias. Todas as decisões do Campo educacional se dá através dos Organismos Internacionais. E ele aponta algumas formas de resistências de ser contra hegemônico, como as discussões coletivas, situando frente às mutações, mesmo sabendo que cada vez o panorama é mais difícil de fazer críticas contra hegemônicas. Coloca a necessidade de desnaturalizar o que parece natural, romper com esse pensamento. Promover outras vozes como Fóruns, procurar brechas para politizar o espaço educativo. E terminou sua fala dizendo que esse grupo de discussão segue sendo um caminho necessário.

Quando chegou a vez da Venezuela, todos estavam na maior expectativa em virtude das mudanças ocorridas no país. Samuel Carvajal colocou algumas frustrações que a Venezuela está passando. Disse que o neoliberalismo está aí, agora é perguntar o que e como fazer.

A Venezuela optou por um caminho, optou por outro modelo de sociedade. E nos perguntamos que cidadão queremos formar e como falar de solidariedade, liberdade, cooperação. Há grandes lutas e programas de discussões de professores e alunos em luta da solidariedade - lutando contra a pobreza, em melhorar as condições de vida das pessoas. Colocou a necessidade de rever certos conceitos como sociedade civil e diz que a sociedade organizada é meio de comunicação que formam o povo.

Disse que a Venezuela elaborou um projeto, através da luta dos movimentos sociais, e o Presidente Hugo Chaves passou por um golpe tortuoso e de estado, mas acreditou que a democracia de um país passa por uma participação organizada e introduziu um elemento novo, o currículo de reconhecimento do povo e também a reconceituação de propriedade como a economia solidária e as cooperativas.

Depois dessa fala abriu se para o diálogo e ramos de perguntas se lançaram para o venezuelano, em virtude de sua realidade de país, de nos dar ânimo e esperança da possibilidade de um país, sociedade e mundo diferente do que, atualmente estamos vivendo, ou seja, sobrevivendo.

Samuel continuou falando da Venezuela e disse que o Projeto Bolivariano busca criar mecanismo para que as pessoas possam ficar instrumentalizadas e possam aprender a participar, e esse projeto tem por finalidade uma educação pública, gratuita e de nível alto de qualidade.

Hoje a Venezuela está buscando suas raízes, seus traços culturais. Para nosso país estudar o construtivismo foi um erro. Estamos lutando para por em prática a permanência das crianças na escola, saúde, comida – totalmente gratuito. E também há uma negociação com os donos das terras, junto está a organização e a educação das pessoas para trabalhar com a terra, como fonte de riqueza. É um processo carregado de contradições, um movimento inspirado em Simón Bolivar.

A seguir, cada participante apresentava sua ponência. E no Seminário foram apresentadas no total dezenove ponências, e estas resultavam de organizações e sistematizações de pesquisas de mestrado, doutorado e experiências.

A primeira Ponência proferida foi do Chile por Donatila Ferrada, uma pesquisa realizada sobre a “Política Pública em La Reforma Educativa Chilena”. Ela colocou que a prática educativa está puramente instrumental e que as universidades perderam a autonomia, pois o ministério coloca o dinheiro e a universidade segue as políticas de competências através de um manual, mesmo seguindo um discurso que tem que formar um professor reflexivo. (rever – dificuldade em entender a língua)

A segunda ponência foi de Maria Rosa Misuraca e Susana Vior sobre “La instituición formadora de profesores para la enseñanza secundaria. Un debate cerrado?”

Esse estudo coloca como que em 100 anos, na Argentina, esse Instituto de formação de professores secundários se desenvolveu, e a autora busca no passado elementos constitutivos dessa formação para compreender o presente. Nessa pesquisa ela disse que não encontraram leis e projetos para a formação desses professores. Há uma ausência de legislação do único Instituto de formação em 40 anos. A formação de professores secundários na Argentina é minoritária na universidade, todas as províncias têm institutos superiores de educação.

A terceira ponência de Rosane Carneiro Sarturi sobre “As reformas educacionais e sua influência no cotidiano escolar: em busca de uma gestão democrática participativa” trouxe de forma sucinta a reforma com a 1ª lei a 5540/68, a lei de 4024/61 que se preocupa com a educação, mas não trata da formação de professores. E coloca que a reforma dessa lei se deu com a 5692/71 (governo militar) onde a organização do trabalho era uma forma de controle social. Nessa época aparece os especialistas e a fragmentação do trabalho docente; administração escolar, supervisão escolar, orientação escolar e os professores, ou seja, um planeja e o outro executa.

O contexto atual substitui a administração assumindo o conceito de gestão e em 1997 cresce o discurso democrático como uma alternativa para superar a fragmentação, seguindo a influência espanhola de Cesar Coll.

A nova LDB 9394/96 chama a comunidade a participar da proposta pedagógica da escola, através da constituinte escolar, que propunha planejamento macro, depois cada escola sistematizaria seu próprio Projeto Político Pedagógico.

A quarta ponência de María Betania Oreja Cerrutti sobre “La formación de maestros em la província de Buenos Aires: Fundamentos del currículo y Del espacio de la fundamentación pedagógica: uma actuialización a partir de los últimos documentos curriculares” coloca que a reforma de formação de professores na Argentina conserva a segmentação de dois tipos: uma na universidade e outra fora da universidade.

Sua pesquisa mostra que os institutos superiores têm o discurso de autonomia; há um ecletismo filosófico; há uma força da filosofia cristiana e o conservadorismo; há uma teoria e uma prática sem transformação e sim vazias, desapropriadas, baseadas em eficiência e eficácia, enfatizando as competências; a filosofia fica só em conceitos sem perpassar e dar conta da existência material.

No currículo de formação de professores apenas duas disciplinas tratam dos aspectos econômicos, social e cultural. Próximo da reforma as disciplinas eram quase que para divulgá-la.

A lista de disciplina não representa o currículo, mas também faz parte dele, só que muitas vezes se omite o currículo. A pesquisadora colocou que para apontar uma proposta é necessário ver o que está faltando e vimos que este está cheio de contradições.

A quinta ponência de Donatila Ferrada sobre “Política Pública em la formación inicial: estúdio de caso” (dificuldade em compreender – devido a rapidez da fala)

A sexta ponência de Carol Schilling sobre “Los códigos em la construcción curricular Del profesor. Uma expresión de tensiones entre la visión técnica y el enfoque de su práctica profesional”. Ela é professora de educação física e sua pesquisa mostra a necessidade de uma reformulação do currículo que formam os professores de Educação Física, pois na formação atual há uma distância de conteúdos das áreas humanas, os centros que formam os professores faltam recursos e espaço físico adequado.

A sétima ponência de Mara Níbia da Silva “O trabalho acadêmico do professor do curso de medicina: contradições num contexto de mudanças na FAMED/UFRGS”. Neste trabalho a colega Mara colocou que a faculdade de Medicina é anterior a UFRGS. Em 2001 foi homologada as diretrizes para o curso de medicina, só que em 1997 houve um processo de estudo para estabelecer as diretrizes de acordo com a realidade, mas em 2001 quando se viu essas diretrizes já estavam homologadas.

Essa pesquisa mostra que o trabalho acadêmico do professor de medicina é marcado pela fragmentação, ensino, pesquisa e extensão. Há incoerência nesse fazer. Nessa área há os médicos que pesquisam e os professores que lecionam, e estes são considerados de segunda categoria.

Os médicos não se colocam como professores, eles ensinam como médicos, ou seja, ele só é profissional como médico e não como professor. Nessa área há um ciclo fechado, pois 70% dos médicos da faculdade foram alunos dos próprios médicos.

A nona ponência de Carmem Lucia Bezerra Machado “A avaliação de um processo de reformas educativas no Brasil: o caso da FAMED/UFRGS”. A prof. Carmem inicia apresentando que a avaliação é estar em parâmetro de medida, e a pesquisa ação é avaliar o processo enquanto grupo do qual participamos. Colocou sua experiência enquanto educadora que ao trabalhar com um grupo de médicos, ambos fechados, que precisa mudar seguindo as novas diretrizes, mas que aos olhos dos próprios médicos não precisam mudar, pois mexer em algo dando certo, estava ai o grande desafio, e precisava descobrir um jeito de fazer diferente.

A Faculdade de Educação juntamente com a Faculdade de Medicina que está proporcionando formação de mestrado e doutorado aos médicos, para cumprirem as normas das diretrizes, na realidade a FACED é só administrativa, porque a formação dos médicos se dá dentro do hospital, que se tornam médicos deste hospital e professores desse hospital.

A décima ponência da Dircenara dos Santos Sanger sobre “A Lei federal 10.639/03 e as implicações na formação de professores” trata da Lei que diz que nas escolas deve se ter história do africano. Esta é resultado das lutas dos movimentos negros. A autora coloca que os currículos das escolas têm valores excludentes, a criança negra é ilustrada e descrita através de estereótipos inferiores e excluídas do processo de comunicação. E os professores se sentem encabulados quando trabalha sobre essa temática tendo alunos negros em sala de aula.

Hoje se tem a política de ação afirmativa como política pública, esta é um ganho, e tem sua importância como marco na educação brasileira. Essa política é afirmativa quando alguns sujeitos estão em desvantagem com os outros. E essa política alterou a LDB 9394/96 com o artigo 26a e 79b, incluindo o 20 de novembro como dia nacional da consciência negra.

A décima primeira ponência de Suzana de Souza Gutierrez sobre “Mapeando caminhos de autoria e autonomia: a inserção das tecnologias educacionais informatizadas no trabalho de educadores que cooperam em comunidades de pesquisadores”. Essa pesquisa mostrou como que a tecnologia por um lado facilita o trabalho e por outro ela serve a um modelo hegemônico, e também a necessidade dos cursos de formação de professores instrumentalizar os professores para trabalhar com essa tecnologia, mas dando um outro viés, contra hegemônico para contribuir na transformação da realidade.

A décima segunda ponência de Oscar Garrido “Globalización, ciudadanía y desarrollo local? Uma triada inclusiva o excluyente em uma propuesta educativa? Uma mirada a la realidade chilena”. Oscar expôs que hoje em dia nesse processo de globalização é difícil criar aspectos e alternativas contra hegemônicas, mas a educação pode fortalecer a concepção de cidadania e os movimentos sociais devem lutar por um desenvolvimento local. Depois da Exposição do autor prof. Triviños coloca que a globalização é uma visão do capitalismo e do neoliberalismo e ela funciona através de três idéias básicas: a livre circulação de capital, da produção do mercado e da comunicação. E que a globalização de hoje atenta contra a essência do ser humano, ela é perniciosa.

O conceito democrático, a democracia se manifesta num aspecto, a tomada de decisões, isso é essencial. Estamos acostumados com os currículos prontos, mas as coisas não são assim, a democracia é um ato político e econômico, não há democracia sem democracia econômica.

Hoje é necessário o papel da sociedade civil organizada, pois é o único lugar para produzir algumas mudanças, os fóruns são vozes, sementes lançadas para um futuro que deve vir. Então é possível se utilizar pequenos espaços locais, com uma alternativa não para o mercado, mas uma educação para fortalecer o desenvolvimento local, fortalecendo assim, a sociedade civil.

Oscar retoma e coloca que o Chile é um país carente de democracia, falta formação de professores mais sócio critica. Ele entrevistou 26 diretores de escolas e percebeu que na prática, a participação é que os alunos não conseguem propor sugestões fora do discurso hegemônico.

A décima terceira ponência de Regina Celi Machado Pires sobre a “Iniciação Científica e avaliação na educação superior brasileira”. A autora iniciou colocando que no Brasil, a graduação e a pós - graduação podem ser discutidas, quanto aos diferentes resultados que se observa hoje; nas questões de avaliação, a partir de suas próprias histórias, objetivos, fontes e formas de avaliação de suas atividades ocorridas ao longo das três ultimas décadas.

As avaliações são indutores de reformas que permitem legalizar ações governamentais, pois modelam organizações, adaptando a nova forma de organização do Capital. Como essa diferença foi acontecendo? Porque isso foi possível? Qual teria sido o papel dos programas? Essas perguntas norteadoras vão apresentar que a avaliação na graduação e na pos graduação inicia com a Lei 5540/68 – Reforma Universitária, pois nessa época precisava formar um quadro científico e tecnocrata para alavancar um novo modelo econômico no país.

A Constituição de 1988 foi também um marco regulatório no ensino brasileiro. O estado – na concepção de estado menor, mas forte regulador, estabelece o estado avaliador. Com a LDB 9394/96 cria se a medida Provisória 1018795 (Provão).

A Iniciação Científica, que se iniciou na dec. de 50, é um instrumento de formação que permite introduzir os estudantes de graduação potencialmente mais promissores. É a possibilidade de por o aluno desde cedo em contato com a atividade científica e engajá-lo na pesquisa. Uma pesquisa feita mostra que o aluno que passa pela IC tem 37% de possibilidade de entrar no mestrado e no doutorado e o aluno que não passa pela IC tem apenas 5% de chance.

O que se vem observando através das avaliações dos programas PIBIC e CNPQ, ocorridas na dec. de 90, conduzidas por especialistas peritos em avaliação, não tendo a participação dos verdadeiros interessados desses programas, mostram que apesar dos resultados verificarem as inúmeras contribuições desses programas na formação da graduação e na cultura da universidade, houve a estagnação no número e no valor das bolsas (de 1996 a 2005 o valor é de R$241,51).

A décima quarta ponência de Carol Torres sobre “Reforma educativa y su implicância em el aula” trata de uma experiência descrita e sistematizada de um grupo de estudantes na prática diária em sala de aula, na qual estão desenvolvendo competências básicas através de inovações pedagógicas, como práticas a partir da realidade do aluno. A professora Susan Vior interferiu colocando a preocupação com as escolas que só trabalham a realidade dos alunos, coloca a necessidade das instituições oferecer um pouco da cultura elaborada, senão cada vez mais estaremos servindo ao sistema hegemônico.

A décima quinta ponência de Carla Burigo “Universidade Pública Federal Brasileira: democraticamente massificada” trata se da reforma que a universidade pública está passando, onde o objetivo maior é privatizar o ensino público.

Atualmente, o Ensino Superior se reverteu em 13% de instituições públicas e 87% de instituições privadas. No contexto Neoliberal de massificação da universidade federal enfrenta dois dilemas: a competitividade do privado e do federal e o cerceamento financeiro como espaço público da universidade.

O Sistema Superior do Brasil está constituído das universidades, Centros Universitários, Faculdades, Institutos Superiores e Centros de Educação Tecnológica.

O quadro da Universidade Pública é caótico, o salário dos professores universitário chega a 250 dólares; há contratos de substitutos (58% dos professores da Universidade Federal de Santa Catarina são substitutos); há autonomia financeira, mas se têm restrições financeiras; há um aumento da expansão de Fundações e Agencias de Cooperação; Predomina a avaliação de desempenho (produtivista) e o Ensino à distancia, o governo potencializa como uma mercadoria, como centro de capacitação; há o serviço terceirizado dentro das universidades; há uma redução das verbas para a pesquisa em detrimento do ensino técnico. O regime Jurídico é o francês. A universidade deve ser produtiva e a ciência como prisioneira do solo material estruturado pelo capital. Há uma perda do poder aquisitivo salarial (1990 – 100% em 2003 – 21,30%).

A autora colocou que em sua universidade em Santa Catarina apenas alguns professores estão empenhados em estudar essa realidade, pois, a maioria deles, estão acomodados e dizem que não há o que fazer. O grupo “Não dê férias para seus neurônios” estão estudando: Que universidade queremos construir? Que universidade estamos construindo? Porque vemos que a própria elite não tem um projeto de universidade e também nem de país.

A décima sexta ponência de Maria Inês Solar, Maria Elsa Del Valle Leo e Norma Cárdenas Godoy trata das “Políticas públicas para la formación de professores em Chile: um punto de vista”, trouxe a necessidade de se ter um currículo de formação de professores único para todo o país do Chile, mas esse currículo, apresentado por elas, está baseados nas competências e habilidades como forma para melhor a qualidade, superar as desigualdades, recuperar a dimensão pedagógica e resgatar profissionalmente o docente. Além de concordar com um curso de formação pedagógica para outros profissionais que querem ser professores, em dois anos. Diante da fala das professoras o grupo que estava participando começou a se olhar e apresentou alguns apontamentos colocando que essa Política Pública neoliberal defende essa formação e que passa uma ideologia de que dessa forma estará superando as dificuldades e melhorando a formação do professor, mas o que ela traz é uma formação meramente excludente e técnica, no qual professores vão as aulas desenvolvem conteúdos e nada mais, surgiu até o exemplo de que não se aceita que um professor faça um seminário de dois anos e se torne um engenheiro, mas porque se pode qualquer outro profissional em apenas dois anos se tornar professor? .

A décima sétima ponência de Graziela Maguglia Oyarzabal sobre “Escola por Ciclos: a proposta da rede municipal de Porto Alegre/RS”coloca que a escola por ciclo inicia quando a LDB 9394/96 incentiva outras formas de organização do trabalho educativo. Das escolas de Ensino Fundamental 80,6% é seriado e 10,9% é por ciclos ou de diferentes formas e 8,5% tem mais de uma forma de organização.

A gestão da Escola é democrática através da elaboração coletiva da proposta pedagógica, com os conselhos escolares e a eleição de diretores. A escola por Ciclo de Porto Alegre se constitui de 45 escolas de Ensino Fundamental, com 41 mil alunos e 3800 professores.

A origem da Proposta por Ciclos data de 1994 a partir da Constituinte escolar da Secretaria Municipal de Educação. A primeira escola ciclada foi em 1995, Monte Cristo, houve um processo de preparação, contratou professores, organizou o Projeto Político Pedagógico, fizeram pesquisa sócio-antropológica inserindo na comunidade, uma realidade de perifieria.

A organização dos Ciclos parte da idéia de que todos podem aprender e que o sucesso escolar de cada aluno depende das fases da vida do aluno – infância, pré-adolescência e adolescência. Respeitando o conhecimento prévio do aluno e a avaliação acompanha todo o processo de desenvolvimento do aluno, através de três dimensões: Formativa (3 trimestre e dociê), Somativa (avaliação ao final de cada ciclo e ano letivo) e Especializada (com os alunos que apresentam dificuldades)

O currículo é organizado e sistematizado a partir do conhecimento e da participação escolar, organizado pelos complexos temáticos ou mapas conceituais, fundamentados por Pistrak. Nesses complexos se faz relações entre as áreas de conhecimentos. Cada escola organiza o seu funcionamento.

O 1º ciclo compreende crianças de 6, 7 e 8 anos; o 2º ciclo vai de 9 a 11 anos e o 3º vai dos 12 aos 14 anos. Ampliando nove anos de ensino fundamental. Existe também a turma de progressão, paralelas aos ciclos, para os alunos que estão em defasagem. Essa forma de organização do conhecimento rompe se com a linearidade, e cada ciclo é composto por um conjunto de princípios e conhecimentos. Há Laboratórios de aprendizagem para atender os alunos com dificuldades de aprendizagem e salas de integração e recursos.

A formação docente dos professores que trabalham com os ciclos em Porto Alegre constitui em 64,1% possuem pós - graduação, 29,5% só tem a licenciatura e 6,4% possuem nível médio.

A autora finalizou suas fala colocando que há contradições entre as condições imposta pelo capitalismo e a proposta por ciclos; e que a execução dos ciclos há muitos problemas, na prática não existe um trabalho que é fundamentado pela teoria dessa organização de trabalho.

A décima oitava ponência de Luis Fernando Minasi sobre “Formação de professores leigos – aspectos legais o contexto real” apresentou as reformas na formação do professor, a partir da Lei 4024/61, 5692/71 (essa foi a reforma com relação à formação dos professores, só que não conseguiu atender a formação destes para o trabalho com o ensino básico) e a Lei de 9394/96, que veio com amplitude grande, embora seja questionada a sua imposição vinda para atender ações determinadas do Pentagonon de Washington.

Essa nova LDB diz que teremos dez anos, a dec. da educação, onde nenhum professor poderia assumir sem curso superior, até 2007, agora já se estendeu até 2011. Para financiar essa formação, o BM e o FMI exigiram o controle, para ver o que os alunos estavam aprendendo, e o controle foi à própria lei, um fundo, um custo unitário, custo beneficio para cada aluno.

Professor Minasi conceituou os professores leigos como os professores que não dispõe de formação, habilitação especifica para o magistério. Leigo é o professor que cursou apenas o Ensino Fundamental, os que não concluíram o Ensino Médio, aquele que concluiu o Ensino Médio, mas não é habilitação pro magistério. Leigo por desvio de função, exemplo professores de Ensino Médio que lecionam para as series finais do Ensino Fundamental.

Segundo ele,a Universidade Federal de Rio Grande aceitou o desafio em formar os professores em serviço – trabalhamos com um grupo de professores que deve apresentam uma outra prática em sala de aula. Esses professores estão envolvidos com o Projeto Político Pedagógico do curso, mas o que se vê é que os professores não estão comprometidos com a proposta do curso, e sim, cada um em sua sala de aula faz o seu trabalho de acordo com o seu interesse nesse momento. As políticas do BM estão se tornando problemas escolares.

A décima nona ponência de Janes Siqueira “A luta do jovem trabalhador e estudante nas escolas estaduais de Porto Alegre/RS – um estudo de caso” A autora apresentou sua Tese defendida em 17/12/2004 em POA na UFRGS.

A sua pesquisa tratava da luta do jovem que trabalha e estuda nas escolas Estaduais de Porto Alegre/RS. Escolheu este tema por ser professora e orientadora desses alunos, onde essa realidade não aparecia na escola, somente nas conversas, e também uma continuação da dissertação de mestrado.

A autora da pesquisa defendeu a tese de que por um lado o trabalho atrapalha o estudo que representa para o próprio jovem, para sua família e seus professores essencial. Apoiou na idéia de que a realidade das condições de trabalho e escolares, e inclusive os significados que tinha o trabalho para os participantes da pesquisa, eram profundamente antagônicos.

O seu trabalho de pesquisa foi de natureza qualitativa dialética, especificamente um estudo de caso. Para analisar esse fenômeno ela se apoiou na dialética materialista, como lógica e teoria do conhecimento. Utilizou também de algumas categorias da economia política como mais valia, trabalho abstrato e trabalho concreto.

Sua população foi com jovens trabalhadores e estudantes do Ensino Fundamental – EJA. E sua amostra foi não probabilística intencional. A coleta de informações realizou-se em três escolas de Porto Alegre, e se deu através de entrevistas semi-estruturadas com alunos, professores e mães; analise de documentos sobre estudos de jovens, documentos das escolas e as leis internacionais.

Na interpretação, explicação e compreensão do fenômeno, ela destacou as contradições que o fenômeno apresentou, ao mesmo tempo, que procurava definir sua totalidade.

Os resultados da pesquisa mostra que os alunos que trabalham e estudam moram e trabalham em lugares distantes da escola e do trabalho; que estes trabalham por necessidade, trabalham muitas vezes, em péssimas condições, devido a falta de garantias legais, sem carteira de trabalho assinada; trabalho atrapalha os estudo e não correspondem aos ideais de trabalho futuro; que o estudo atrapalha o trabalho.

O estagio (por exemplo, o CIEE não é regido pelas leis trabalhistas), as mães consideram que não é trabalho, pois não tem garantia, já os professores consideram que este (estagio) é uma forma de exploração do jovem, e não está relacionado com o estudo e seus salários são baixos, mas os jovens consideram bons para eles, pois eles próprios dizem que não tem formação.

Em relação ao estudo considera positivo; a freqüência é problemática, seu aproveitamento é insatisfatório, apesar das aprovações superarem as reprovações; os jovens gostam da escola, mas criticam, pois não se sentem ameaçados, agora o local de trabalho, eles não criticam.

Os alunos que estudam de manhã perdem o último período de aula para poder cumprir o horário estipulado para o inicio da jornada de trabalho, igualmente os alunos que estudam a noite, perdem o primeiro período porque chegam atrasados, devido horário de trabalho. As condições materiais da escola e a formação de professores não correspondem aos desejos dos alunos e nem dos próprios professores; a formação dos jovens pobres apresentam desvantagem em relação à formação de jovens de outras classes mais elevadas; e a formação dos professores não dão conta de fornecer base para os compreender o capitalismo e sua forma de trabalho.

Diante dos resultados, seguindo o método dialético, Janes propõem algumas sugestões, mesmo sabendo que no atual contexto econômico, social e político torna-se difícil propor medidas legais que possibilitam influir na política das empresas.

A sugestão de Janes parte da mudança da essência da educação, que é o currículo que seja adequado à realidade do jovem que trabalha e estuda, pois hoje a escola trata com o jovem que trabalha como se ele não trabalhasse, e depois dizem que ele fracassa. Que o currículo seja construído com base na realidade dos alunos e contemple as questões do mundo do trabalho e das formas de trabalho de forma nuclear. Construir um projeto político e pedagógico especifico para essa modalidade. E principalmente que no processo de integração da escola com os estágios, busquem formas para que os alunos não percam aulas devido ao horário proposto pelo trabalho. Que o tempo para o jovem estudar seja um direito e não uma concessão esporádica. Que o jovem que estuda e trabalha tenha carga reduzida de trabalho. Que os professores reivindiquem formação continuada em uma universidade, para ser valorizado como profissionais.

No final do Seminário se fez uma avaliação do Seminário, onde várias pessoas apresentaram seus comentários e sugestões.

Diante de todo o resgate sobre o que está acontecendo na América Latina a partir das políticas públicas neoliberais, o que este grupo, que é uma forma de não aceitar esse retrocesso e que luta por uma formação de pessoas mais humana, solidária, o que esse grupo vai fazer a partir de agora?

Segundo a professora Susana Vior precisamos de propostas diferentes, algo que atenda nossas esperanças, porque sabemos que tudo e que também somo condicionados pelo modo de produção capitalista. E a partir dessa fala sugeriu formar grupos entre os países por temáticas, ou seja, passar para um intercâmbio mais aprofundado dentro das instituições.

Um dos participantes colocou a necessidade de se fazer aberturas desses encontros para outros grupos que estejam pensando numa outra forma de formação de professores.

A professora Susana seguiu propondo em fazer uma lista do que estamos pesquisando e assim buscar se agrupar por temáticas afins e dar vida a esses documentos e informar sobre os avanços dos estudos. A colega Susana Gutierrez se prontificou em criar um Site e um grupo no Yahoo desse grupo de pesquisadores que lutam e acreditam no ser humano, e numa formação que possam atender as necessidades materiais e espirituais dos professores. Por isso a sugestão que cada grupo de pesquisa, em cada universidade poderia organizar e sistematizar um currículo de formação de professores que, como diz Susana Vior, atendam aos nossos sonhos e esperanças.

A proposta desse seminário foi não definiu a priore o tema que se apresentará no XIV Seminário, que acontecerá em 2006 no Brasil, na Universidade Federal de Rio Grande no Rio Grande do Sul.

A lista de intercâmbio e debate já foi organizadas e sistematizadas pela colega Suzana Gutierrez que está enviando o convite, pelo Yahoo, para as pessoas se cadastrarem.

Depois dos agradecimentos finais aos organizadores do XIII Seminário Internacional sobre Formación de Profesores em el Conosur de América, almoçamos na universidade e saímos em direção ao conhecimento de outros centros turísticos como Bariloche na Argerntina.

As 14 horas do dia 05/11/2005 chegamos a Bariloche, um frio de três graus negativos. Bariloche é um dos centros turístico mais lindo da Argentina, e esta fica dentro do Parque Nacional Nahuel Huapi, que significa Ilha dos Mapuches.

No outro dia pela manhã, alguns foram ao casino, ao museu no centro cívico e a maioria foi conhecer e visitar o Cerro Campanário, de onde se tinha uma visão das cordilheiras. E de tarde muitos saíram para as compras e também a comer os melhores chocolates típicos do local.

No final da tarde em direção a Buenos Aires tivemos uma situação muito particular onde uma de nossas amigas perdeu o RG, e como tínhamos uma guia muito “acessível” aconteceu um desconforto, mas com o retorno em algumas lojas encontramos o “bendito RG” e viajamos aliviados e felizes. Como diz a professora Carmem Machado, contratempos sempre ocorrem e, mesmo nestes momentos, o grupo soube cooperar, envolver-se e transformá-los, com humor e alegria, em novas aprendizagens, na busca de um mundo mais justo e HUMANO.

Em Buenos Aires Conhecemos a Calle Florida e como tínhamos pouco tempo, selecionamos o Bairro da Ricoleta para passar o resto da tarde e também jantar a noite.

Nesse bairro há o Cemitério onde Evita Perón foi enterrada e é um dos pontos turísticos mais visitados, ao seu redor têm muitas barracas de artesanatos, semelhante ao Brique da Redenção, porém, mais ou menos, cinco vezes maiores. E a seguir fomos jantar no Grans Restaurante que tinha tudo que possamos imaginar de pratos quentes, grelhados, pratos flambados na hora, todos os frutos do mar.... coisa de louco. Para freqüentar esse lugar tem que ir com muita fome, pois dá tristeza a gente não conseguir provar um pouquinho de cada coisa. A maioria das pessoas do nosso grupo que jantaram ali saiu reclamando, solicitando algum chá digestivo!!!!

No outro dia pela manhã, 07/11/2005 fomos em direção a Rivera na esperança das lojas estarem abertas, mas para nossa salvação estavam todas fechadas e então, muitos foram jantar parilhada e outros foram comer panchos uruguaios. E que delicia!!!

As 4:30 da manhã do dia 08/11/2002 chegamos em Porto Alegre, todos com saudades de seus lares e famílias e encantados com a mágica da viagem... “Circuito Andino Tico”

Mas enfim, realizamos uma excelente viagem, inesquecível, como turismo, e principalmente muito proveitosa para nossos estudos, e como saldo positivo tivemos aprendizagens significativas que nos oportunizaram, a saber, como criar outras e melhores condições para melhor, não só viver, mas principalmente conviver com a nossa e com a humanidade do outro.

Não poderíamos terminar esse relato, sem lembrar dos motoristas que nos conduziram. Sempre disponíveis e foram perfeitos profissionais, altamente responsáveis, discretos e atenciosos com todos.

Hola que tal para todos!!!!

Com carinho
Sonia Ribas

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