segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mensagem de Natal a todos!!!

Caros amigos...

De trabalho, de estudo, de buteko, da academia, do prédio, da torcida Colorada, da Torcida Gremista, enfim, todos aqueles que convivi neste ano....

Gostaria de desejar a todos, nesse período, de término e inicio de ano, pensarmos na alegria de se ter uma vida com liberdade... só assim, teríamos uma comemoração em plenitude....

"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da produção veloz, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz em grande escala, tem provocado a escassez. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade; mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura! Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido." (Charles Chaplin, em discurso proferido no final do filme O grande ditador.)

Agradeço o carinho, de todos, com a Paulista, Colorada aqui...

Que essas palavras possam transmitir o meu afeto, como se fosse meu caloroso e alegre abraço...

Sonia Ribas

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Manifesto Partido Comunista

"PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS !"

Para conhecermos um pouko mais sobre o Livro Manifesto do Partido Comunista...

Este fez a humanidade caminhar. Não em direção ao paraíso, mas na busca (raramente bem sucedida, até agora) da solução de problemas como a miséria e a exploração do trabalho.
"Todos os homens são iguais" ... afirmava que os pobres, os pequenos, os explorados também podem ser sujeitos de suas vidas.

Este é um documento histórico, testemunho da rebeldia do seres humanos.

O "fantasma" do comunismo assombrava a Europa e o livro procura contestar, nessa parte, todos os estigmas que as classes poderosas e influentes jogavam sobre ele.

Vejamos alguns desses estigmas, bastante atuais, e a resposta do Manifesto:
Os comunistas querem acabar com toda a propriedade, inclusive a pessoal !
Você já deve ter ouvido isso... Em 1989, no Brasil, quando Lula quase chegou lá, seus adversários espalharam o boato de que as famílias de classe média teriam que dividir suas casas com os sem-teto... A bobagem é velha, de 150 anos. Marx e Engels responderam que queriam abolir a propriedade burguesa, capitalista. Para os socialistas, a apropriação pessoal dos frutos do trabalho e aqueles bens indispensáveis à vida humana eram intocáveis. Ao que se sabe, roupas, calçados, moradia não são geradores de lucros para quem os possui... O Manifesto a esse respeito, foi definitivo, apesar de a propaganda anticomunista e burra não ter lhe dado ouvidos: "O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de sua parte dos produtos sociais, tira apenas o poder de escravizar o trabalho de outrem por meio dessa apropriação."
Os comunistas querem acabar com a família e com a educação !
Sempre há alguém pronto para falar do comunista "comedor de criancinha". Ao ouvir isso, não deixe de indagar se uma família pode viver com o salário mínimo, o pai e mão desempregados e uma moradia sem fornecimento de água e sem luz. E se uma criança pode ser educada para a vida numa escola pública abandonada pelo governo, que finge que paga aos professores e funcionários. Na sociedade capitalista a educação é, ela própria, um comércio, uma atividade lucrativa...

Os comunistas querem socializar as mulheres !
Essa fazia parte do catecismo de "satanização" das idéias socialistas. "Para o burguês, sua mulher nada mais é que um instrumento de produção. Ouvindo dizer que os instrumento de produção serão postos em comum, ele conclui naturalmente que haverá comunidade de mulheres. O burguês não desconfia que se trata precisamente de dar à mulher outro papel que o de simples instrumento de produção." É bom lembrar que alguns socialistas, até hoje, não conseguiram aceitar essa nova compreensão da mulher. O machismo nega o marxismo...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

SAUDAÇÕES ....

Este blog....

Vem compartir com vocês algumas idéias e práticas sociais que constituíram "Sonia Ribas" a ser hoje o que sou... uma professora trabalhadora, que vendo minha força de trabalho, única coisa que ainda me resta, que somos usados pelo Modo de Produção Capitalista, que nos explora para obter mais lucro, e assim, produzir mais mercadorias, e gerar mais capital. E fazemos tudo issopara sobreviver.Dessa forma, dentro de minhas possibilidades, luto por uma sociedade, mais justa e mais humana, para todos...Mesmo sendo utópica, é uma semente de esperança lançada aos olhos daqueles que não estão contentes com a forma que a sociedade está organizada , e como esta determina o tipo de pessoa que se forma. Por que considero fundamental que o SER HUMANO esteja em primeiro lugar na luta de suas condições materiais de sobrevivencia, para ter uma vida material e espiritual digna.

Com carinho
Sonia Ribas

Historia de Vida de Karl Marx

Karl Marx
(Trier, 5 de maio de 1818 - Londres, + 14 de março de 1883)


Marx nasceu em uma família de classe média, de situação confortável, em Trier, às margens do rio Mosela, na Alemanha.Descendia de uma longa linhagem de rabinos, tanto da parte materna quanto paterna, e seu pai, embora fosse intelectualmente um racionalista de formação tipicamente iluminista, que conhecia Voltaire e Lessing de cor, só concordara em ser batizado como protestante para não se ver privado de seu trabalho como um dos mais conceituados advogados de Trier.Aos 17 anos, Marx matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Bonn e mostrou-se sensível ao romantismo que ali predominava: havia ficado noivo pouco antes de Jenny von Westphalen, filha do barão von Westphalen, figura destacada da sociedade de Trier e que havia despertado em Marx o interesse pela literatura romântica e pelo pensamento político de Saint-Simon.No ano seguinte, o pai de Marx mandou-o para a Universidade de Berlim, maior è mais seria, onde ele passou os quatro anos seguintes e abandonou o romantismo em favor do hegelianismo que predominava na capital naquela época. Quando o acesso à carreira universitária lhe foi vedado pelo governo prussiano, Marx transferiu-se para o jornalismo e, em outubro de 1842, foi dirigir, em Colônia, a influente Rheinische Zeitung (Gazeta Renana), jornal liberal apoiado por industriais renanos. Os incisivos artigos de Marx, particularmente sobre questões econômicas, levaram o governo a fechar o jornal, e o seu diretor resolveu emigrar para a França.Ao chegar a Paris em fins de 1843 Marx estabeleceu rapidamente contato com grupos organizados de trabalhadores alemães que haviam emigrado e com as várias seitas de socialistas franceses. Também dirigiu os Deutsch-französische Jahrbücher (Anais franco-alemães), publicação de vida efêmera, que pretendia ser uma ponte entre o nascente socialismo francês e as idéias dos hegelianos "radicais alemães.Durante os primeiros meses de sua permanência em Paris, Marx tomou-se logo comunista convicto e começou a registrar suas idéias e novas concepções em uma série de escritos que mais tarde ficariam conhecidos como Oekonomisch-philosophischen Manuskripte (Manuscritos econômicos e filosóficos), mas que permaneceram inéditos até cerca 'de 1930. Nestes manuscritos, Marx esboçava uma concepção humanista do comunismo, influenciada pela filosofia de Feuerbach e baseada num contraste entre a natureza alienada do trabalho no capitalismo e uma sociedade comunista na qual os seres humanos desenvolveriam livremente sua natureza em produção cooperativa.Foi também em Paris que Marx iniciou a colaboração com Friedrich Engels que durada toda sua vida. Em fins de 1844, Marx foi expulso da capital francesa e transferiu-se (com Engels) para Bruxelas, onde passou os três anos seguintes, tendo nesse período visitado a Inglaterra, que era então o pais industrialmente mais adiantado do mundo e onde a família de Engels tinha interesses na fiação de algodão em Manchester.Em Bruxelas, Marx dedicou-se a um estudo intensivo da história e criou a teoria que veio a ser conhecida como a concepção materialista da história. Essa concepção foi exposta num trabalho (também só publicado postumamente), escrito em colaboração com Engels e conhecido como Die Deutsche Ideologie (A ideologia alemã, cuja tese básica é a de que "a natureza dos indivíduos depende das condições materiais que determinam sua posição".Em princípios de 1848, Marx transferiu-se novamente para Paris, onde a revolução eclodira primeiro, e em seguida para a Alemanha, onde fundou, de novo em Colônia, o periódico Neue Rheinische Zeitung (Nova Gazeta Renana). O jornal, que teve grande influência, sustentava uma linha democrática radical contra a autocracia prussiana, e Marx dedicou suas principais energias à sua direção, já que a Liga Comunista havia sido praticamente dissolvidas. Com a onda revolucionária, porém, o jornal de Marx froi proibido e ele buscou asilo em Londres, em maio de 1849, para começar a "longa e insone noite de exílio" que deveria durar o resto de sua vida.A contribuição de Marx para nossa compreensão da sociedade foi imensa. Seu pensamento não é o sistema abrangente desenvolvido por alguns de seus seguidores sob o nome de MATERIALISMO DIALÉTICO. A própria natureza dialética da sua abordagem dá a esse pensamento um caráter experimental e aberto. Além disso, registra-se com freqüência uma tensão entre o Marx ativista político e o Marx estudioso de economia política.Muitas de suas previsões sobre o futuro do movimento revolucionário não se confirmaram até agora. Mas a ênfase que atribuiu ao fator econômico na sociedade e sua análise das classes sociais tiveram, ambas, enorme influência sobre a história e a sociologia.Cientista social, historiador e revolucionário, Marx foi certamente o pensador socialista que maior influência exerceu sobre o pensamento filosófico e social e sobre a própria história da humanidade. Embora em grande pane ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, o conjunto de idéias sociais, econômicas e políticas que desenvolveu conquistou, de forma cada vez mais rápida, a aceitação do movimento socialista após sua morte, em 1883.Quase metade da população do mundo vive hoje sob regimes que se pretendem marxistas.Esse mesmo sucesso, porém, significou que as idéias originais de Marx foram, com freqüência, obscurecidas pelas tentativas de adaptar seu significado a circunstâncias políticas as mais variadas. Além disso, como decorrência da publicação tardia de muitos de seus escritos, só em época relativamente recente surgiu a oportunidade de uma apreciação justa da sua estatura intelectual.

MARX ESTA SENDO LIDO NOVAMENTE

Desde 1845 Marx em sua obra Grundisse (esquema que originou o CAPITAL) já colocava sua posição sobre o Sistema de Produção capitalista.

"Com o sistema financeiro em crise, a teoria marxista ganha novo fôlego. As vendas de O Capital, a obra maior de Karl Marx, estão “aumentando visivelmente”, disse Jörn Schütrumpf da editora Karl-Dietz-Verlag. A informação é da Agência France Press.
“Marx está de novo na moda e a procura das suas obras, em alta”, explicou Schütrumpf ao jornal Neue Ruhr Neue Rheinzeitung.
Segundo a editora de Berlim, o primeiro tomo de O Capital já vendeu este ano 1,5 mil exemplares, contra 500 em 2005, e as vendas vão continuar a aumentar até ao fim do ano, assegurou o editor.
Os leitores pertencem a “uma nova geração de eruditos que reconheceu que as promessas neoliberais não se realizaram”, sublinhou.
O próprio ministro alemão das Finanças Peer Steinbrück fez uma referência a Marx em finais de setembro último, no contexto da crise financeira.“Certas partes da teoria de Marx não estão erradas”, como a que refere à autodestruição do capitalismo por causa da sua avidez, disse o ministro à revista Der Spiegel.
Karl Marx, nascido em 1818 em Trier, na Alemanha, foi um dos mais célebres críticos do capitalismo e a sua visão da História previa a sua dissolução, dando origem a um diferente modo de produção."
(Carta Maior)

Ps: até Soros lendo MArx..hehehe

sábado, 18 de outubro de 2008

SOU PROFESSORA ...

SER PROFESSOR



... é Reviver coisas, objetos e sentimentos (fenômenos espirituais e materiais) é viver novamente as coisas, objetos e sentimentos só que, com outros movimentos, qualitativamente sistematizados pela experiência e pelo sentimento de que “tudo é possível”. Por isso, a alegria que tenho de ensinar e aprender todos os dias: a conviver, organizar e reorganizar a nossa historia, e compartir com nossos amigos professores e alunos, a semente de esperança lançada aos olhos daqueles que não estão contentes com a forma que a nossa sociedade está organizada e como esta determina o tipo de pessoa que a produção capitalista lhe convém.... Trabalhadores da educação ... eis a nossa árdua luta!!! Quiçá possamos seguir alguns exemplos... Marx, Fidel, Che, Morales, Chaves, Freire, Vieira Pinto, Mészaros, Luckacs, Antunes ... e tantos outros ...



Com carinho



Sonia Ribas

Brecht

“Aos poderososConsiderando que existem grandes propriedadesEnquanto os senhores nos deixam sem tetoNós decidimos: agora nelas nos instalaremosPorque em nossos buracos não podemos mais ficar
Considerando que os senhores nos ameaçamCom balas e fuzisNós decidimos: de agora em dianteTemeremos mais a miséria do que a morte.” Brecht Dias de Comuna
“Eu que nada mais amodo que a insatisfação com o que se pode mudarNada mais detestodo que a insatisfação com o que não se pode mudar“ (Brecht, p.82)

- Uma outra variação.

“Nada mais detesto do quea insatisfação com o que não se pode mudaro mundo olha para vocês com um resto de esperançaA injustiça é humana porémMais humana é a luta contra a injustiça” (Brecht)

“Terrorista, baderneiro é o poder”

“A injustiça avança hoje a passo firme.Os tiranos fazem planos para dez mil anosNenhuma voz além da dos que mandam.O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são.Quem ainda vive nunca diga: nunca!O que é certo não está certoAssim, como está, não ficará.Depois de falarem os dominantesFalarão os dominados.Quem pois ousa dizer: nunca?Se a opressão permanece a quem se deve ? A nós.De que depende que ela acabe? Também de nós.O que é esmagado, que se levante!O que está perdido, lute!Quem conhece a situação, por que ficará parado?Porque os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhãE nunca será: ainda hoje.” Brecht

FRASES DE MARX

A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os instrumentos de produção e, portanto, as relações de produção, isto é, todo o conjunto das relações sociais. Esta mudança contínua da produção, esta transformação ininterrupta de todo o sistema social, esta agitação, esta perpétua insegurança distinguem a época burguesa das precedentes. Todas as relações sociais tradicionais e estabelecidas, com seu cortejo de noções e idéias antigas e veneráveis, dissolvem-se; e todas as que as substituem envelhecem antes mesmo de poder ossificar-se. [com Friedrich Engels, "Manifesto Comunista", 1848]

A liberdade número um para a imprensa consiste em não ser ela uma indústria.
A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem.
As idéias dominantes de uma época sempre foram as idéias da classe dominante. [com Friedrich Engels]


O Capitalismo gera o seu próprio coveiro.
O movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria no interesse da imensa maioria. [com Friedrich Engels]


Os comunistas não se rebaixam a ocultar suas opiniões e os seus propósitos. Declaram abertamente que os seus objetivos só poderão ser alcançados pela derrubada violenta de toda ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista. Nela, os proletários nada tem a perder a não ser suas prisões, tem um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!

Os filósofos alemães estão discutindo o mundo em termos metafísicos. Chega de discutir o mundo, vamos transformá-lo. [A miséria da filosofia]

Os que no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não trabalham. [com Friedrich Engels]

Tudo que sei é que não sou Marxista.
Quando Marx dirigia a Gazeta Renana, um jornal de Augsburgo acusou a publicação de tender para uma orientação comunista. Replicando à acusação, o diretor da Gazeta Renana confessou conhecer mal o comunismo e prometeu estudá-lo em profundidade. [Konder, Leandro. Marx - vida e obra. São Paulo: Paz e Terra, 1999]

ROSA LUXEMBURGO

Rosa Luxemburgo

Rosa Luxemburgo (Róża Luksemburg em polaco; 5 de Março, 1870 - 15 de Janeiro, 1919) líder política e filósofa. Foi uma das principais revolucionárias marxistas do século XIX. Participou na fundação do grupo de tendência marxista que viria a tornar-se, mais tarde, o Partido Comunista Alemão. Foi assassinada brutalmente e teve seu corpo jogado em um Rio na Alemanha.

O CHE É ....

Há personagens com uma tal estatura histórica que, independente dos adjetivos e de todos os advérbios, ainda assim não conseguimos retratá-los em nada que possamos dizer ou escrever. O que falar de Marx, que permaneça à sua altura? O que escrever sobre Fidel? Hegel dizia que existem personagens cuja biografia não ultrapassa o plano da vida privada, enquanto outros são os personagens cósmicos, estes cujas biografias coincidem com o olho do furacão da história.

O Che é um destes personagens cósmicos. Basta dizer que, independente de qualquer campanha publicitária, sua imagem transformou-se na mais vista do século 20 e assim continua neste novo século. Nenhum esportista, artista ou músico, mesmo com bilionárias promoções pelo mundo globalizado afora, se mantém num lugar parecido.

O Che veio para ficar. Novas gerações, nascidas depois da morte do Che, continuam identificando-se com sua imagem, com seu sentimento de rebeldia, com sua coragem, com sua luta implacável contra toda injustiça.

FRASES DO CHE

"Hasta la vitória, siempre!"

"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um Revolucionário."

"Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a primavera."

"Não há fronteiras nesta luta de morte, nem vamos permanecer indiferentes perante o que aconteça em qualquer parte do mundo. A vitória nossa ou a derrota de qualquer nação do mundo, é a derrota de todos."

"Nossos filhos devem possuir as mesmas coisas que as outras crianças, mas eles devem também ser privados daquilo que falta às outras crianças".

"Vale milhões de vezes mais a vida de um único ser humano do que todas as propriedades do homem mais rico da terra".

"O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível imaginar um revolucionário autêntico sem esta qualidade".

"O socialismo não é uma sociedade beneficente, não é um regime utópico, baseado na bondade do homem como homem. O socialismo é um regime a que se chega historicamente e que tem por base a socialização dos bens fundamentais de produção e a distribuição equitativa de todas as riquezas da sociedade, numa sitação de produção social. Isto é, a produção criada pelo capitalismo: as grandes fábricas, a grande pecuária capitalista, a grande agricultura capitalista, os locais onde o trabalho humano era feito em comunidade, em sociedade; mas naquela época o aproveitamento do fruto do trabalho era feito pelos capitalistas individialmente, pela classe exploradora, pelos proprietários jurídicos dos bens de produção."

"Não nego a necessidade objetiva do estímulo material, mas sou contrário a utilizá-lo como alavanca impulsora fundamental. Porque então ela termina por impor sua própria força às relações entre os homens."

"Eu creio que a primeira coisa que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que se sente por ser jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar-se a toda gente na sua condição de ser comunista, que não o submete à clandestinidade, que o não reduz a fórmulas, mas que ele manifesta em cada momento que lhe sai do espírito, que tem interesse porque é o símbolo de seu orgulho. Junta-se a isso um grande sentido do dever para com a sociedade que estamos construindo, para com os nossos semelhantes como seres humanos e para com todos os homens do mundo. Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Paralelamente, uma grande sensibilidade a todos os problemas e uma grande sensibilidade em relação a justiça."

"No momento em que for necessário, estarei disposto a entregar a minha vida pela liberdade de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada a ninguém..."

"Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida."

"Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética."


"Derrota após derrota até a vitória final."

"Prefiro morrer de pé que viver sempre ajoelhado."

"O conhecimento nos faz responsáveis."

"Se não há café para todos, não terá para ninguém."

O VALOR DE UM AMIZADE POR DANIEL SOARES

O VALOR DE UMA AMIZADE

O valor de uma amizade não pode ser medido, assim como as pessoas não podem ser medidas simplesmente por suas crenças, por suas condições de vida, por suas posses, por seu berço ou por sua educação. A amizade é prima-irmã do amor que, por sua vez, é o pai de todos os sentimentos. Por isso, quem tem uma amizade, quem a conserva, quem lhe dedica tempo, carinho, ouvido e ombro, está mto mais próximo do amor do que qqer outro. Pois o amor não foi feito para ser dividido unicamente entre duas pessoas, o amor é maior do que td; o amor é amola-mestra do universo, é pelo amor que o mundo se move, é pelo amor que o universo se mantém firme. Pois em toda a criação, em força vivida, em td ser, por menor, por minúsculo que seja, por ínfima que seja sua importância, ali esta o amor. E se ele esta nas coisas mais insignificantes, quem dirá em seres complexos como nós humanos. O amor pode td, o amor não se desencanta, o amor é paciente, o amor é o combustível da vida. Ele esta em td lugar. Esteve aqui, esta aqui agora e aqui estará amanhã. O amor somos nós, o amor é o outro, o amor é seu filho, sua filha, seu vizinho, seu colega da faculdade, é o cobrador do ônibus, o caixa do super, o chefe ranzinza, é o inimigo do outro lado da linha. O amor não é passageiro, é eterno. “O amor é um farol permanente, que contempla as tempestades sem jamais estremecer. É a estrela fixa nos barcos sem rumo. É o astro, cuja altura medimos, mas cuja essência é mistério”, já disse um poeta. O amor é e esta em cada um de nós, o tempo td, para td o sempre...

(Daniel Soares)

BIOGRAFIA COMPLETA DE NERUDA

PABLO NERUDA – SEMPRE VIVO!!!!
BIOGRAFIA

Pablo Neruda, pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, nasceu a 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. Prêmio Nobel de Literatura em 1971, sua poesia transpira em sua primeira fase o romantismo extremo de Walt Whitman. Depois vieram a experiência surrealista, influência de André Breton, e uma fase curta bastante hermética. Marxista e revolucionário, cantou as angústias da Espanha de 1936 e a condição dos povos latino-americanos e seus movimentos libertários. Diplomata desde cedo, foi cônsul na Espanha de 1934 a 1938 e no México. Pablo Neruda havia chegado à Espanha em 1934, primeiro em Barcelona, nos albores da chamada República dos Trabalhadores, proclamada em 1931. Logo ligou-se ao mundo boêmio e literário de Madri, freqüentando poetas como Garcia Lorca, Rafael Albert, Vicente Aleixandre e Cernuda, - a “Geração de 27” - que, em nenhum momento, fizeram-lhe qualquer restrição por ele vir lá de um fundão como o Chile (“com a cabeça quase enfiada no Polo Sul”, como ele dizia).
Eclodido o golpe do general Franco, Neruda, ainda diplomata, esqueceu-se de manter-se neutro e engajou-se na guerra ao lado do governo republicano acossado, usando como arma palavras e estrofes, compondo o impressionante “Espanha no Coração (“olhem para a minha casa morta/ olhem para a Espanha rota/ mas de cada casa morta sai metal ardendo em vez de flores”). Antes de retirar-se para Paris, ainda aparceirou-se com o peruano César Vallejo para organizar o Grupo Hispano-americano de ajuda à Espanha. Por fim , com a república em colapso, destruída pelo golpe fascista, nada mais lhe restou senão que salvar o que podia.Correndo até Marselha, Neruda conseguiu fretar um navio, o “Winnipeg”. Em seguida, tratou de carrega-lo com os refugiados que quisessem ir para o Chile. Homens, mulheres e crianças, num total de 2.500 passageiros, uma autêntica nau de desesperados esperançosos, zarpando do porto francês de Trompeloup-Pauillac, no dia 4 de agosto de 1939, partiu então para Valparaiso, lá do outro lado do mundo. Um mês depois, no cais do porto chileno, quando desembarcaram em 3 de setembro de 1939, em meio ao regozijo geral, esperava-os um jovem médico de nome Salvador Allende. Neruda, que sempre foi discreto a respeito da sua atuação nesse episódio, confessou que aquilo, ter salvo aquela gente, fora o seu "mais belo poema".Enquanto os que entraram na lista do poeta se salvavam, milhares de outros espanhóis que não tinham para onde ir, continuaram detidos nos campos de Argéles sur Mer e de Saint Cyprién. Um número impressionante deles apresentou-se como voluntários para ir lutar ombro a ombro ao lado dos franceses, quando a França entrou em guerra e foi invadida pelos nazistas em 1940. Desbaratada a resistência, feitos prisioneiros de guerra, os voluntários espanhóis foram classificados pelos nazistas como “terroristas” e remetidos para campos de concentração. Sete mil deles morreram no campo de Mauthausen.Desenvolveu intensa vida pública entre 1921 e 1940, tendo escrito entre outras as seguintes obras: "La canción de la fiesta", "Crepusculario", "Veinte poemas de amor y una canción desesperada", "Tentativa del hombre infinito", "Residencia en la tierra" e "Oda a Stalingrado". Indicado à Presidência da República do Chile, em 1969, renuncia à honra em favor de Salvador Allende. Participa da campanha e, eleito Allende, é nomeado embaixador do Chile na França. Outras obras do autor: "Canto General", "Odas elementales", "La uvas y el viento", "Nuevas odas elementales", "Libro tercero de las odas", "Geografía Infructuosa" e "Memorias (Confieso que he vivido — Memorias)". Seus primeiros trabalhos literários foram publicados na cidade de Temuco. Em 1921 foi para Santiago, continuar seus estudos como professor de francês, e ganhou o seu primeiro prêmio literário Ali publicou o seu primeiro livro, "Crepusculario", que se seguiu, em 1924, por "Veinte Poemas de Amor y una Cancion Desesperada", sua obra mais conhecida e um dos mais lindos conjuntos de poemas de amor que já se escreveu. Em 1927 foi nomeado Consul em Rangún (Birmânia), indo depois para Colombo (Ceilão) e para Batavia (Java) e, finalmente, Singapura. Depois de cinco anos, regressou ao Chile, onde escreve "Residencia en la Terra" e, em 1933 "El Hondero Entusiasta". Em 1934 tornou-se consul em Barcelona e, em 1935 foi transferido para Madrid. Com a guerra civil espanhola foi para Paris e escreve "España en el Corazón", seguida, em 1939 por "Las Furias y las Penas". Em 1940 foi nomeado consul geral no México, onde ficou até 1943. Regressando ao Chile, recebeu, em 1945, o "Premio Nacional de Literatura". Pelo fato de participar ativamente de atividades políticas e pelo fato do Partido Comunista, ao qual pertencia, ter sido declarado ilegal, teve que sair do Chile. Em 1950, no México, publicou "Canto General". Depois de passar pelo México, pela França e pela Itália, voltou ao Chile em 1952 recebendo, em 1953, o "Premio Stalin da Paz". A seguir publica "Odas Elementales" e "Las Uvas y el Viento". A partir passou a proferir diversas palestras pelo mundo, tendo publicado, em 1956 "Nuevas Odas Elementales" e "El Gran Oceano". Em 1957 "Tercer Libro de Odas", em 1958 "Navegaciones y Regreso", em 1959 "Cien Sonetos de Amor", em 1960 "Cancion de Gesta", em 1961 "Las Piedras de Chile" e "Cantos Ceremoniales", e em 1962 "Plenos Poderes". Em 1964 publica "Memorial de Isla Negra", seguida de "Arte de Pajaros", em 1966, "Las Manos del Dia" em 1968, "Fin del Mundo" e "Aun", em 1969. Em 1969 foi indicado pré-candidato à presidência do Chile, fato que não chegou a se concretizar e publicou, em 1970 "La Espada Encendida" e "Las Piedras del Cielo". Ainda em 1970, é designado embaixador na França, recebendo, em 21 de outubro de 1971, o "Prêmio Nobel de Literatura". Em 23 de setembro de 1973, sucumbe à doença e, certamente, à amargura do golpe de estado vitorioso de Pinochet contra o governo de Salvador Allende.De uma forma geral, pode-se dizer que a poesia de Pablo Neruda tem quatro vertentes. A primeira refere-se aos seus poemas de amor, como em "Veinte Poemas de Amor y una Cancion Desesperada". A Segunda vertente é representada pela poesia voltada para a solidão e a depressão, como em "Residencia en la Tierra". A poesia épica, política, como por exemplo, em "Canto General" representa a terceira vertente e a poesia do dia a dia, como em "Odas Elementales", a Quarta. Allende e Neruda iriam encerrar suas vidas quase que juntos. Gravemente doente, refugiado na sua morada da Ilha Negra, Neruda não resistiu à notícia do golpe de 11 de setembro de 1973. Seu amigo Allende se suicidara e os tanques governavam o país. Dois golpes militares violentos, o de Franco, em 1936, e o de Pinochet, em 1973, eram demais para um poeta. No dia 23 de setembro de 1973 – há trinta anos passados - removeram-no para um clínica, mas de nada adiantou. As geladas mãos da morte fizeram-no parar de viver. Morreu a 23 de setembro de 1973 em Santiago do Chile, oito dias após a queda do Governo da Unidade Popular e da morte de Salvador Allende.A notícia do falecimento dele correu de boca em boca por Santiago. Quem iria se atrever, com aqueles tiros todos nas ruas, com os cadáveres jogados nas calçadas e nas sarjetas, a ir aos funerais de Neruda? Pois foram. Quando o modesto caixão foi levado para o cemitério, a multidão foi se ajuntando ao redor do esquife. Murmurando versos dele, as ruas foram se enchendo de gente, recitando trechos da “Canção Desesperada” , ou ainda a estrofe “Abandonado como um cais ao amanhecer/ É a hora de partir, oh abandonado! ” Durante os quinze anos seguintes nenhum chileno ousou sair á ruas em protesto.
Em nome daqueles espanhóis, deserdados de tudo, que entraram na providencial lista de Neruda - cujos descendentes se tornaram “os filhos de Neruda” - , foi que o juiz espanhol Baltasar Garson entrou em ação. Em outubro de 1998, quando o ex-ditador estava em Londres para um tratamento de saúde, o juiz enviou um requerimento solicitando ao governo britânico que detivesse e, em seguida, extraditasse o general Augusto Pinochet para a Espanha. Não consegui o intento, mas expôs Pinochet frente ao mundo. Foi a maneira dos espanhóis poderem manifestar, ainda que tardiamente, a sua solidariedade a Neruda.
Fontes:
Releitura: http://www.releituras.com/pneruda_menu.aspA Lista de Pablo Neruda



OBRAS (incluindo obras póstumas)
Crepusculário - 1924Veinte poemas de amor y una canción desesperada - 1924Tentativa del hombre infinito - 1926El habitante e su esperanza - 1926Anillos - 1926El hondero entusiasta - 1933Residencia en la Tierra I - 1935
Residencia en la Tierra II - 1935
Tercera residencia - 1947
Espanã en el corazon - 1947
Canto general - 1950
Los versos del Capitan - 1952Poesía Política - 1953La uvas y el viento - 1954
Odas elementales - 1954Viajes - 1955
Nuevas odas elementales - 1956
Tercer libro de odas - 1957
Estravagario - 1958Navegaciones y regresos - 1959
Cien sonetos de amor - 1959Canción de Giesta - 1960
Las piedras de Chile - 1961
Cantos Ceremoniales - 1961
Plenos Poderes - 1962
Memorial de Isla Negra - 1964
Arte de Pajaros - 1966Una casa en la arena - 1966Fulgor y muerte de Joaquím Murieta - 1967
La barcarola - 1967
Las manos del dia - 1968Comiendo en Hungría - 1969
Fin de mundo - 1969Aún - 1969 Maremoto - 1970
La espada encendida - 1970
Las piedras delo cielo - 1970
Geografia infructuosa - 1972La Rosa Separada - 1972Incitación al Nixonicidio y alabanza de la Revolución Chilena - 1973
El mar y las campanas - 1973Geografía de Pablo Neruda - 1973Jardín de Invierno - 1974
El corazon amarillo - 1974
El libro de las preguntas - 19742000 - 1974Elegia - 1974Defectos Escogidos - 1974Confieso que he vivido - 1974Cartas de Amor de Pablo Neruda - 1974
Para nascer he nascido - 1978Cartas a Laura - 1978El río Invisible - 1980Neruda/Eandi, Correspondencia durante Residencia en la tierra. Compilación de Margarita Aguirre - 1980El fin del viaje - 1982Cuadernos de Temuco - 1998Pablo Neruda, Prólogos - 2000
TEXTOS
Cuerpo de mujer...
Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos, te pareces al mundo en tu actitud de entrega. Mi cuerpo de labriego salvaje te socava y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.
Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros y en mí la noche entraba su invasión poderosa. Para sobrevivirme te forjé como un arma, como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.
Pero cae la hora de la venganza, y te amo. Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme. ¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia! ¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!
Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia. Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso! Oscuros cauces donde la sed eterna sigue, y la fatiga sigue, y el dolor infinito. O Poço
Cais, às vezes, afundasem teu fosso de silêncio,em teu abismo de orgulhosa cólera,e mal conseguesvoltar, trazendo restosdo que achastepelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontrasem teu poço fechado?Algas, pântanos, rochas?O que vês, de olhos cegos,rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,no poço em que caiso que na altura guardo para ti:um ramo de jasmins todo orvalhado,um beijo mais profundo que esse abismo.
Não me temas, não caiasde novo em teu rancor.Sacode a minha palavra que te veio ferire deixa que ela voe pela janela aberta.Ela voltará a ferir-mesem que tu a dirijas,porque foi carregada com um instante duroe esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorrise minha boca fere.Não sou um pastor docecomo em contos de fadas,mas um lenhador que comparte contigoterras, vento e espinhos das montanhas.
Dá-me amor, me sorrie me ajuda a ser bom.Não te firas em mim, seria inútil,não me firas a mim porque te feres.O teu riso
Tira-me o pão, se quiseres,tira-me o ar, mas nãome tires o teu riso.
Não me tires a rosa,a lança que desfolhas,a água que de súbitobrota da tua alegria,a repentina ondade prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regressocom os olhos cansadosàs vezes por verque a terra não muda,mas ao entrar teu risosobe ao céu a procurar-mee abre-me todasas portas da vida.
Meu amor, nos momentosmais escuros soltao teu riso e se de súbitovires que o meu sangue manchaas pedras da rua,ri, porque o teu risoserá para as minhas mãoscomo uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,teu riso deve erguersua cascata de espuma,e na primavera, amor,quero teu riso comoa flor que esperava,a flor azul, a rosada minha pátria sonora.
Ri-te da noite,do dia, da lua,ri-te das ruastortas da ilha,ri-te deste grosseirorapaz que te ama,mas quando abroos olhos e os fecho,quando meus passos vão,quando voltam meus passos,nega-me o pão, o ar,a luz, a primavera,mas nunca o teu riso,porque então morreria.
BIBLIOGRAFIA SOBRE O ESCRITOR
EDWARDS, Jorge. ADEUS POETA (UMA BIOGRAFIA DE PABLO NERUDA). São Paulo: Siciliano, 1993. URRUTIA, Matilde. Minha Vida com Pablo Neruda. São Paulo: Bertrand, 1990.

Ligações externas
Neruda (site desenvolvido pela Universidade do Chile - em espanhol)
Fundación Pablo Neruda (espanhol/inglês)
Poemas de Amor - Poemas de Pablo Neruda

POESIA QUE AMO DE PABLO NERUDA - TEU RISO

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,tira-me o ar, mas nãome tires o teu riso.Não me tires a rosa,a lança que desfolhas,a água que de súbitobrota da tua alegria,a repentina ondade prata que em ti nasce.A minha luta é dura e regressocom os olhos cansadosàs vezes por verque a terra não muda,mas ao entrar teu risosobe ao céu a procurar-mee abre-me todasas portas da vida.Meu amor, nos momentosmais escuros soltao teu riso e se de súbitovires que o meu sangue manchaas pedras da rua,ri, porque o teu risoserá para as minhas mãoscomo uma espada fresca.À beira do mar, no outono,teu riso deve erguersua cascata de espuma,e na primavera, amor,quero teu riso comoa flor que esperava,a flor azul, a rosada minha pátria sonora.Ri-te da noite,do dia, da lua,ri-te das ruastortas da ilha,ri-te deste grosseirorapaz que te ama,mas quando abroos olhos e os fecho,quando meus passos vão,quando voltam meus passos,nega-me o pão, o ar,a luz, a primavera,mas nunca o teu riso,porque então morreria.Pablo Neruda

PABLO NERUDA

Pablo Neruda,

pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, nasceu a 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. Prêmio Nobel de Literatura em 1971, sua poesia transpira em sua primeira fase o romantismo extremo de Walt Whitman. Depois vieram a experiência surrealista, influência de André Breton, e uma fase curta bastante hermética. Marxista e revolucionário, cantou as angústias da Espanha de 1936 e a condição dos povos latino-americanos e seus movimentos libertários. Diplomata desde cedo, foi cônsul na Espanha de 1934 a 1938 e no México. Desenvolveu intensa vida pública entre 1921 e 1940, tendo escrito entre outras as seguintes obras: "La canción de la fiesta", "Crepusculario", "Veinte poemas de amor y una canción desesperada", "Tentativa del hombre infinito", "Residencia en la tierra" e "Oda a Stalingrado". Indicado à Presidência da República do Chile, em 1969, renuncia à honra em favor de Salvador Allende. Participa da campanha e, eleito Allende, é nomeado embaixador do Chile na França. Outras obras do autor: "Canto General", "Odas elementales", "La uvas y el viento", "Nuevas odas elementales", "Libro tercero de las odas", "Geografía Infructuosa" e "Memorias (Confieso que he vivido — Memorias)". Morreu a 23 de setembro de 1973 em Santiago do Chile, oito dias após a queda do Governo da Unidade Popular e da morte de Salvador Allende.

VIDA DE CHE GUEVARA

Breve cronologia da vida de "Che" Guevara
8 de outubro de 2007


1928 - Nasce no dia 14 de junho, Ernesto Guevara de la Serna, em Rosário, Argentina. Filho de Ernesto Guevara Lynch e Celia de la Serna y Llosa.

1930 - Os pais descobrem que o filho tem asma, doença que o afetaria até o final de sua vida.

1941-1944 - Muito estudioso, o jovem Guevara se interessa muito também pelos esportes, principamente o rugbi, na qual chegou a jogar pela Segunda Divisão.

1945 - Muda-se com sua família para Buenos Aires. Neste mesmo ano, entra para a Faculdade de Medicina. Se dedicou também à viagens. Chegou a percorrer 4.700 km em uma bicicleta de Norte a Oeste da Argentina.

1951 - Parte com seu amigo Alberto Granados para uma viagem pela América Latina. Esta viagem causou profundas impressões em Guevara, que ficou bastante impressionado com a situação de miséria vivida pelo povo latino-americano.

1952 - Ano em que termina sua viagem pela América Latina. No Peru, trabalha como voluntário em um hospital para loprosos e vai até a Venezuela, chegando até Miami, nos EUA, de onde volta para a Argentina.

1953 - Termina o curso de Medicina e planeja ir para a Venezuela, onde trabalharia junto com seu amigo Granados, mas antes, no Equador, conhece Ricardo Rojo, que o convence a partir para a Guatemala.

1954 - Um golpe militar orquestrado pelos EUA derruma o regime guatemalco de Jacobo Arbenz Guzmán. Guevara vai para o México e conhece a economista e peruana, Hilda Gadea Acosta, com que mse casaria.

1955 - Casa-se com Hilda e trabalha como médico na Cidade do México. Aprofunda-se nos textos de Marx e Lênin. Conhece no hospital o paciente Raúl Castro, que falaria sobre a luta contra a ditadura do governo cubano de Fulgêncio Batista.

1956 - Conhece Fidel Castro. Em novembro embarco no Granma, o barco que levaria 82 guerrilheiros para enfrentarem a ditadura em Cuba. O desembarque é um fracasso. Recepcionados pelas forças de Batista, apenas 17 guerrilheiros conseguem sobreviver e fogem para Sierra Maestra.

1957 - O Movimento 26 de Julho, tendo Fidel como comandante, vence a batalha de La Plata. A primeira vitória contra o regime. Guevara é designado comandante da Quarta Coluna.

1958 - Sob o comando de "Che" Guevara, o grupo combate o exército em Santa Clara.

1959 - Em janeiro, as tropas de Fulgêncio Batista são derrotadas em Santa Clara. A Coluna de Che chega à Havana e toma a fortaleza de La Cabana. O regime de Fulgêncio Batista cai.

1960 - Escreve um de seus principais livros, Guerra de Guerrilhas.

1961 - Che assume a cargo de ministro das Indústrias no governo revolucionário cubano. Anteriormente, já havia assumido o posto de Presidente do Banco Nacional Cubano. Encontra-se com o presidente brasileiro Jânio Quadros, em Brasília.

1962 - Crise dos mísseis da URSS em Cuba.

1964 - "Che" Guevara faz um discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas.

1965 - Parte para o Congo, onde luta ao lado dos guerrilheiros.

1966 - Chega em La Paz para liderar a guerra de guerrilhas contra o governo de René Barrientos.

1967 - Após 11 meses de conflito, os "Boinas Verdes Quíchuas", tropas de elite do exército boliviano treinadas pelos EUA, vence os guerrilheiros e "Che" é ferido e preso no dia 8 de outubro. É levado para o vilarejo de Higueras e é executado no dia 9 de outubro pela capitão Gary Prado Salgado.

MUSICA - LABIOS COMPARTIDOS - MANA

Labios Compartidos
Maná
Composição: Fher

Amor mio si estoy debajo del baiben de tus piernassi estoy hundido en un baiben de caderasesto es el cielo, es mi cieloAmor Fugado me tomas, me dejas, me exprimes y me tiras a un ladote vas a otro cielo y regresas como los colibrisme tienes como un perro a tus piesOtra ves mi boca insensatavuelve a caer en tu pielvuelve a mi tu boca y provocavuelvo a caer de tus pechos a tu par de piesLabios compartidos labios divididos mi amoryo no puedo compartir tus labiosy comparto el engaño y comparto mis dias y el dolorya no puedo compartir tus labiosoh amor oh amor compartidoAmor mutante amigos con derecho y sin derecho de tenerte siemprey siempre tengo que esperar pacienteel pedazo que me toca de tirelampagos de alcohollas voces solas lloran en el solmi boca en llamas torturadame desnudas angel hada luego te vasOtra ves mi boca insensatavuelve a caer en tu piel de mielvuelve a mi tu boca duelevuelvo a caer de tus pechos a tu par de piesLabios compartidos labios divididos mi amoryo no puedo compartir tus labiosque comparto el engaño y comparto mis dias y el dolorya no puedo compartir tus labiosque me parta un rayo que me entierre el olvido mi amor pero no puedo mascompartir tus labios compartir tus besoslabios compartidosTe amo con toda mi fe, sin medida te amo aunque estes compartidatus labios tienen el controlte amo con toda mi fe, sin medida te amo aunque estes compartiday sigues tu con el control

POESIA - Instantes (Jorge Luis BorgeS)

Si pudiera vivir nuevamente mi vida.
En la próxima trataría de cometer más errores.
No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.
Sería más tonto de lo que he sido, de hecho
tomaría muy pocas cosas con seriedad.
Sería menos higiénico.
Correría más riesgos, haría más viajes, contemplaría
más atardeceres, subiría más montañas, nadaría más ríos.
Iría a más lugares adonde nunca he ido, comería
más helados y menos habas, tendría más problemas
reales y menos imaginarios.
Yo fui una de esas personas que vivió sensata y prolíficamente
cada minuto de su vida; claro que tuve momentos de alegría.
Pero si pudiera volver atrás trataría de tener
solamente buenos momentos.
Por si no lo saben, de eso está hecha la vida, sólo de momentos;
no te pierdas el ahora.
Yo era uno de esos que nunca iban a ninguna parte sin termómetro,
una bolsa de agua caliente, un paraguas y un paracaídas;
Si pudiera volver a vivir, viajaría más liviano.
Si pudiera volver a vivir comenzaría a andar descalzo a principios
de la primavera y seguiría así hasta concluir el otoño.
Daría más vueltas en calesita, contemplaría más amaneceres
y jugaría con más niños, si tuviera otra vez la vida por delante.
Pero ya tengo 85 años y sé que me estoy muriendo.

Dicionário do pensamento marxista - Tom Bottomore - TOTALIDADE

Dicionário do pensamento marxista - Tom Bottomore

Totalidade
Em contraste com as concepções metafísica e formalista, que a tratam como totalidade abstrata, intemporal e, portanto, inerte – na qual as partes ocupam uma posição fixa num todo inalterável -, o conceito dialético de totalidade é dinâmico, refletindo as mediações e transformações abrangentes, mas historicamente mutáveis, da realidade objetiva. Como disse Luckács:

A concepção dialético-materialista da totalidade significa, primeiro, a unidade concreta de contradições que interagem (...); segundo, a relatividade sistemática de toda a totalidade tanto no sentido ascendente quanto no descendente (o que significa que toda a totalidade é feita de totalidades a ela subordinadas e também que a totalidade em questão é, ao mesmo tempo, sobredeterminada por totalidades de complexidade superior...) e, terceiro, a relatividade histórica de toda totalidade, ou seja, que o caráter de totalidade de toda totalidade é mutável, desintegrável e limitado a um período histórico concreto e determinado. (Luckács, 1948: 12).

Na filosofia de Hegel, o conceito de totalidade tem importância central. Como “totalidade concreta”, com suas diferenciações internas, ela constitui o início do progresso e do desenvolvimento (Hegel, 1812, Vol. II; 1929: 472). O resultado do desenvolvimento é o “todo idêntico a si mesmo” (1920: 480) que recobre a imediatez original na forma de “determinação transcendente”, através do “sistema de totalidade” (1929: 482). Portanto,

a pura imediatez do Ser, na qual a princípio toda determinação parece ter sido extinta ou omitida pela abstração, é a Idéia que alcançou sua auto-igualdade adequada através da mediação – isto é, através da transcendência da mediação. O método é o Conceito puro, que só se relaciona consigo mesmo; é portanto, a simples auto-relação que é o Ser. Mas agora é também o ser realizado, o Conceito auto-abrangente, o Ser como totalidade concreta e também plenamente intensiva. (Hegel, 1929: 485).

Assim, o conceito hegeliano de totalidade é ao mesmo tempo o núcleo organizador do método dialético e o critério de verdade. Este último aspecto é vigorosamente ressaltado por Lênin quando este, em 1916, elogia Hegel nos termos seguintes:

A totalidade de todos os aspectos do fenômeno, da realidade e de suas relações recíprocas – isto é, daquilo que a verdade é composta. As relações (=transição = contradições) de noções = conteúdo principal da lógica, pelas quais esses conceitos (e suas relações, transições e contradições) são mostrados como reflexos do mundo objetivo. A dialética das coisas produz a dialética das idéias, e não o inverso. Hegel percebeu de forma brilhante a dialética das coisas (fenômenos, o mundo, a natureza) na dialética dos conceitos. (Lênin, 1961: 196).

A totalidade social na teoria marxista é um complexo geral estruturado e historicamente determinado. Existe nas e através das mediações e transições múltiplas pelas quais suas partes específicas ou complexas – isto é, as totalidades parciais – estão relacionadas entre si, numa série de interrelações e determinações recíprocas que variam constantemente e se modificam. A significação e os limites de uma ação, medida, realização, lei, etc., não podem, portanto, ser avaliados, exceto em relação à apreensão dialética da estrutura da totalidade. Isso, por sua vez, implica necessariamente na compreensão dialética das mediações concretas múltiplas que constituem a estrutura de determinada totalidade social.
A concepção que Marx possuía do Materialismo Histórico teoriza o desenvolvimento social a partir do ponto de vista totalizante de uma “história mundial” que surge das determinações objetivas dos processos materiais e interpessoais. A estrutura social e o Estado evoluem constantemente a partir do processo vital de indivíduos definidos (A Ideologia Alemã, vol.I, IA), mesmo que a objetividade alienada e reificada possa surgir como totalmente independente deles. O ponto de vista abrangente é em si um produto sócio-histórico. “A anatomia humana encerra a chave da anatomia do macaco. As sugestões de um desenvolvimento superior entre as espécies animais subordinadas só podem ser compreendidas depois de conhecido o desenvolvimento superior. A economia burguesa nos proporciona, portanto, a chave da antiga, etc.” (Grundrisse, Introdução). Assim, a história do mundo só é decifrável quando suas ligações totalizantes surgem objetivamente das condições do desenvolvimento e da concorrência capitalistas que “produziram a história do mundo pela primeira vez, na medida em que fizeram todas as nações civilizadas e todos os membros individuais dessas nações dependerem, para a satisfação de seus desejos, , de todo o mundo, destruindo com isso a exclusividade natural anterior nas nações individualizadas” (A Ideologia Alemã, vol. I, IB, 1). Assim sendo,

as coisas chegaram agora a um ponto tal que os indivíduos devem apropriar-se da totalidade das forças produtivas existentes não só para concretizar sua auto-atividade, mas também meramente para salvaguardar sua própria existência. Essa apropriação é determinada, em primeiro lugar, pelo objeto a ser apropriado, as forças produtivas, que foram desenvolvidas em uma totalidade e que só existem dentro de um intercâmbio universal(...). A apropriação dessas forças é, em si, apenas o desenvolvimento das capacidades individuais que correspondem aos instrumentos materiais da produção. A apropriação de uma totalidade de instrumentos de produção é, por essa mesma razão, o desenvolvimento de uma totalidade de capacidades dos próprios indivíduos. Essa apropriação é ainda determinada pelas pessoas que se apropriam. Só os proletários de hoje (...) estão em condições de realizar uma auto-atividade completa e não mais restrita, que consiste na apropriação de uma totalidade de forças produtivas e no desenvolvimento de uma totalidade de capacidades a ela vinculadas.” (Ibidem, IB,3).

De um modo que lembra o trecho acima, Lukács (1971: 28) argumenta que “a totalidade do objeto pode ser postulada apenas quando o sujeito postulante é em si uma totalidade”. E, ao criticar o “ponto de vista individual” da teoria burguesa, insiste que “não é o predomínio dos motivos econômicos na interpretação da sociedade que constitui a diferença decisiva entre o marxismo e a ciência burguesa, mas sim o ponto de vista da totalidade. A categoria de totalidade, a dominação geral e determinante do todo sobre as partes é a essência do método que Marx assumiu a partir de Hegel e, de maneira original, transformou na base de uma ciência totalmente nova” (1971: 27). Lukács desenvolveu uma teoria muito influente da Ideologia e da Consciência de Classe, centralizada em torno do “ponto de vista da totalidade”. Mais tarde, esse princípio metodológico lukacsiano foi transformado por Karl Mannheim, que postula a entidade sociológica dos “intelectuais descompromissados” (freishwebendes Intelligenz), com uma “necessidade de orientação total e síntese”. Graças ao pretenso fato de que eles “reúnem em si todos os interesses de que está impregnada a vida social (...) os intelectuais ainda são capazes de chegar a uma orientação total, mesmo quando ingressam num partido”.(Mannheim, 1936: 140-143).
O Capital de Marx culmina com o Volume III: “O Processo de Produção Capitalista como um Todo”. Só em termos da necessária interrelação estrutural entre o capital social total e a totalidade do trabalho é que as tendências e leis da auto-expansão e da desintegração final do capital, tal como reveladas por Marx, adquirem significação real, ao mesmo tempo em que também levam plenamente em conta as tendências contrárias e as determinações estruturais que tendem a deslocar as contradições do capital e, dessa forma, a prolongar o período de sua viabilidade social e histórica. Em uma época histórica posterior das confrontações sociais, Lênin preocupou-se em especial com a identificação da alavanca objetiva, ou do estratégico “elo da cadeia”, historicamente específico e necessariamente variável (Lênin, 1922), por meio do qual uma totalidade social dada é controlada de maneira mais efetiva sob forma de ação social/política organizada, desde que uma agência coletiva, adequada e consciente, exista para implementar a concepção estratégica global.
Ao contrário, em Sartre, a “totalidade” é um conceito problemático, já que a totalização em si é invariavelmente uma aventura individual.

É importante compreender que aquilo de que tratamos aqui não é uma totalidade, mas uma totalização, isto é, uma multiplicidade que se totaliza a si mesma a fim de totalizar o campo prático a partir de determinada perspectiva, e que sua ação comum, por meio de cada práxis orgânica, é revelada a todo indivíduo comum como uma objetivação em desenvolvimento. (Sartre, 1976: 492).

Tendo em vista essas determinações, a própria “estrutura” não pode ser outra senão uma inércia adotada, e o “todo” é essencialmente uma questão de interiorização, pois a
estrutura é uma relação específica dos termos de uma relação recíproca com o todo e entre si através da mediação do todo. E o todo, como a totalização em desenvolvimento, existe em cada um na forma de uma unidade da multiplicidade interiorizada e em nenhum outro lugar. (Sartre, 1976: 499).

KOSICK - Dialética do Concreto

Dialética do Concreto


Cap .1

O mundo da pseudoconcreticidade e a sua destruição

A dialética trata da “coisa em si”. Mas a “coisa em si” não se manifesta imediatamente ao homem. Para chegar à sua compreensão, é necessário fazer não só um certo esforço, mas também um détour. Por este motivo o pensamento dialético distingue entre representação e conceito da coisa, com isto não pretendendo apenas distinguir duas formas e dois graus de conhecimento da realidade, mas especialmente e sobretudo duas qualidades da práxis humana. A atitude primordial e imediata do homem, em face da realidade, não é a de um abstrato sujeito cognoscente, de uma mente pensante que examina a realidade especulativamente, porém a de um ser que age objetiva e praticamente, de um indivíduo histórico que exerce sua atividade prática no trato com a natureza e com os outros homens, tendo em vista a consecução dos próprios fins e interesses, dentro de um determinado conjunto de relações sociais. Portanto, a realidade não se apresenta aos homens, à primeira vista, sob o aspecto de um objeto que cumpre intuir, analisar e compreender teoricamente, cujo pólo oposto e complementar seja justamente o abstrato sujeito cognoscente, que existe fora do mundo e apartado no mundo; apresenta-se como o campo em que se exercita a sua atividade prático-sensível, sobre cujo fundamento surgirá a imediata intuição prática da realidade. No trato prático-utilitário com as coisas – em que a realidade se revela como mundo dos meios, fins, instrumentos, exigências e esforços para satisfazer a estas – o indivíduo “em situação” cria suas próprias representações das coisas e elabora todo um sistema correlativo de noções que capta e fixa o aspecto fenomênico da realidade.
Todavia, a “existência real” e as formas fenomênicas da realidade – que se reproduzem imediatamente na mente daqueles que realizam uma determinada práxis histórica, como conjunto de representações ou categorias do “pensamento comum” (que apenas por “hábito bárbaro” são consideradas conceitos) – são diferentes e muitas vezes absolutamente contraditórias com a lei do fenômeno, com a estrutura da coisa e, portanto, com seu núcleo interno e essencial e o seu conceito correspondente. Os homens usam o dinheiro e com ele fazem as transações mais complicadas, sem ao menos saber, nem ser obrigados a saber, o que é o dinheiro. Por isso, a práxis utilitária imediata e o senso comum a ela correspondente colocam o homem em condições de orientar-se no mundo, de familiarizar-se com as coisas e manejá-las, mas não proporcionam a compreensão das coisas e da realidade. Por este motivo Marx pôde escrever que aqueles que efetivamente determinam as condições sociais se sentem à vontade, qual peixe n’água, no mundo das formas fenomênicas desligadas da sua conexão interna e absolutamente incompreensíveis em tal isolamento. Naquilo que é intimamente contraditório, nada vêem de misterioso; e seu julgamento não se escandaliza nem um pouco diante da inversão do racional e irracional. A práxis de que se trata neste contexto é historicamente determinada e unilateral, é a práxis fragmentária dos indivíduos, baseada na divisão do trabalho, na divisão da sociedade em classes e na hierarquia de posições sociais que sobre ela se ergue. Nesta práxis se forma tanto o determinado ambiente material do indivíduo histórico, quanto a atmosfera espiritual em que a aparência superficial da realidade é fixada como o mundo da pretensa intimidade, da confiança e da familiaridade em que o homem se move “naturalmente” e com que tem de se avir na vida cotidiana.
O complexo dos fenômenos que povoam o ambiente cotidiano e a atmosfera comum da vida humana, que, com a sua regularidade, imediatismo e evidência, penetram na consciência dos indivíduos agentes, assumindo um aspecto independente e natural, constitui o mundo da pseudoconcreticidade. A ele pertencem:
- O mundo dos fenômenos externos, que se desenvolvem à superfície dos processos realmente essenciais;
- O mundo do tráfico e da manipulação, isto é, da práxis fetichizada dos homens (a qual não coincide com a práxis crítica revolucionária da humanidade);
- O mundo das representações comuns, que são projeções dos fenômenos externos na consciência dos homens, produto da práxis fetichizada, formas ideológicas de seu movimento;
- O mundo dos objetos fixados, que dão a impressão de ser condições naturais e não são imediatamente reconhecíveis como resultados da atividade social dos homens.
O mundo da pseudoconcreticidade é um claro-escuro de verdade e engano. O seu elemento próprio é o duplo sentido. O fenômeno indica a essência e, ao mesmo tempo, a esconde. A essência se manifesta no fenômeno, mas só de modo inadequado, parcial, ou apenas sob certos ângulos e aspectos. O fenômeno indica algo que não é ele mesmo e vive apenas graças ao seu contrário. A essência não se dá imediatamente; é mediata ao fenômeno e, portanto, se manifesta em algo diferente daquilo que é. A essência se manifesta no fenômeno. O fato de se manifestar no fenômeno revela seu movimento e demonstra que a essência não é inerte nem passiva. Justamente por isso o fenômeno revela a essência. A manifestação da essência é precisamente a atividade do fenômeno.
O mundo fenomênico tem a sua estrutura, uma ordem própria, uma legalidade própria que pode ser revelada e descrita. Mas a estrutura deste mundo fenomênico ainda não capta a relação entre o mundo fenomênico e a essência. Se a essência não se manifestasse absolutamente no mundo fenomênico, o mundo da realidade se distinguiria radical e essencialmente do mundo do fenômeno: em tal caso, o mundo da realidade seria para o homem o “outro mundo” (platonismo, cristianismo), e o único mundo ao alcance do homem seria o mundo dos fenômenos. O mundo fenomênico, porém, não é algo independente e absoluto: os fenômenos se transformam em mundo fenomênico na relação com a essência. O fenômeno não é radicalmente diferente da essência, e a essência não é uma realidade pertencente a uma ordem diversa da do fenômeno. Se assim fosse efetivamente, o fenômeno não se ligaria à essência através de uma relação íntima, não poderia manifestá-la e ao mesmo tempo escondê-la; a sua relação seria reciprocamente externa e indiferente. Captar o fenômeno de determinada coisa significa indagar e descrever como a coisa em si se manifesta naquele fenômeno, e como ao mesmo tempo nele se esconde.Compreender o fenômeno é atingir a essência. Sem o fenômeno, sem a sua manifestação e revelação, a essência seria inatingível. No mundo da pseudoconcreticidade o aspecto fenomênico da coisa, em que a coisa se manifesta e se esconde, é considerado como a essência mesma, e a diferença entre o fenômeno e a essência desaparece. Por conseguinte, a diferença que separa fenômeno e essência equivale à diferença entre irreal e real, ou entre duas ordens diversas de realidade? A essência é mais real do que o fenômeno? A realidade é a unidade do fenômeno e da essência. Por isso, a essência pode ser tão irreal quanto o fenômeno, e o fenômeno tanto quanto a essência, no caso em que se apresentem isolados e, em tal isolamento, sejam considerados com ao única ou “autêntica” realidade.
O fenômeno não é, portanto, outra coisa senão aquilo que – diferentemente da essência oculta – se manifesta imediatamente, primeiro e com maior freqüência. Mas porque a “coisa em si”, a estrutura da coisa, não se manifesta imediata e diretamente? Porque são necessários um esforço e um desvio para compreendê-la? Porque a “coisa em si” se oculta, foge à percepção imediata?De que gênero de ocultação se trata? Tal ocultação não pode ser absoluta: se quiser pesquisar a estrutura da coisa e quiser perscrutar “a coisa em si”, se apenas quer ter a possibilidade de descobrir a essência oculta ou a estrutura da realidade – o homem, já antes de iniciar qualquer investigação, deve necessariamente possuir uma segura consciência do fato de que existe algo susceptível de ser definido com estrutura da coisa, essência da coisa, “coisa em si”, e de que existe uma oculta verdade da coisa, distinta dos fenômenos que se manifestam imediatamente. O homem faz um desvio, se esforça na descoberta da verdade só porque, de um modo qualquer, presssupõe a existência da verdade, porque possui uma segura consciência da existência da “coisa em si”. Por que, então, a estrutura da coisa não é direta e imediatamente acessível ao homem, por que então, para captá-la ele tem que fazer um desvio? E a que leva tal desvio? O fato de na percepção imediata não se captar “a coisa em si” mas o fenômeno da coisa, dependerá talvez do fato de que a estrutura da coisa pertence a outra ordem de realidade, distinta da dos fenômenos, e que, portanto, constitui outra realidade existente por trás dos fenômenos?
Como a essência – ao contrário dos fenômenos – não se manifesta imediatamente, e desde que o fundamento oculto das coisas deve ser descoberto mediante uma atividade peculiar, tem que existir a ciência e a filosofia. Se a aparência fenomênica e a essência das coisas coincidissem diretamente, a ciência e a filosofia seriam inúteis.[1]
O esforço direto para descobrir a estrutura da coisa e “a coisa em si” constitui desde tempos imemoriais, e constituirá sempre, tarefa precípua da filosofia. As várias tendências filosóficas fundamentais são apenas modificações desta problemática fundamental e de sua solução em cada etapa evolutiva da humanidade. A filosofia é uma atividade humana indispensável, visto que a essência da coisa, a estrutura da realidade, a coisa em si, o ser da coisa, não se manifesta direta e imediatamente. Neste sentido, a filosofia pode ser caracterizada como um esforço sistemático e crítico que visa a captar a coisa em si, a estrutura oculta da coisa, a descobrir o modo de ser do existente.
O conceito da coisa é a compreensão da coisa, e compreender a coisa significa conhecer-lhe a estrutura. A característica precípua do conhecimento consiste na decomposição do todo. A dialética não atinge o pensamento de fora para dentro, nem de imediato, nem tampouco constitui uma de suas qualidades; o conhecimento é que é a própria dialética em uma das suas formas; o conhecimento é a decomposição do todo. O “conceito” e a “abstração”, em uma concepção dialética, têm o significado de método que decompõe o todo para poder reproduzir espiritualmente a estrutura da coisa, e, portanto, compreender a coisa.[2]
O conhecimento se realiza como separação entre fenômeno e essência, do que é secundário e do que é essencial, já que só através dessa separação se pode mostrar a sua coerência interna, e com isso, o caráter específico da coisa. Neste processo, o secundário não é deixado de lado como irreal ou menos real, mas revela seu caráter fenomênico ou secundário mediante a demonstração de sua verdade na essência da coisa. Esta decomposição do todo, que é elemento constitutivo do conhecimento filosófico – com efeito, sem decomposição não há conhecimento – demonstra uma estrutura análoga à do agir humano: também a ação se baseia na decomposição do todo.
O próprio fato de que o pensamento se move naturalmente numa direção oposta à natureza da realidade, que isola e “mata”, e de que neste movimento natural se assenta a tendência à abstração, não constitui uma particularidade imanente do pensamento mas emana de sua função prática. Todo agir é “unilateral”,[3] já que visa a um fim determinado e, portanto, isola alguns momentos da realidade como essenciais àquela ação, desprezando outros, temporariamente. Através deste agir espontâneo, que evidencia determinados momentos importantes para a execução de determinado objetivo, o pensamento cinde a realidade única, penetra nela e a “avalia”.
O impulso espontâneo da práxis e do pensamento para isolar fenômenos, para cindir a realidade no que é essencial e no que é secundário, vem sempre acompanhado de uma igualmente espontânea percepção do todo, na qual e da qual são isolados alguns aspectos, embora para a consciência ingênua esta percepção seja muito menos evidente e muitas vezes mais imatura. O “horizonte” – obscuramente intuído – de uma “realidade indeterminada” como todo constitui o pano de fundo inevitável de cada ação e cada pensamento, embora ele seja inconsciente para a consciência ingênua.
Os fenômenos e as formas fenomênicas das coisas se reproduzem espontaneamente no pensamento comum como realidade ( a realidade mesma) não porque sejam os mais superficiais e mais próximos do conhecimento sensorial, mas porque o aspecto fenomênico da coisa é produto natural da práxis cotidiana. A práxis cotidiana cria “o pensamento comum” – em que são captados tanto a familiaridade com as coisas e o aspecto superficial das coisas quanto a técnica de tratamento das coisas – como forma de seu movimento e de sua existência. O pensamento comum é a forma ideológica do agir humano de todos os dias. Todavia, o mundo que se manifesta ao homem na práxis fetichizada, no tráfico e na manipulação, não é o mundo real, embora tenha a “consistência” e a “validez” do mundo real: é “o mundo da aparência” (Marx). A representação da coisa não constitui uma qualidade natural da coisa e da realidade: é a projeção, na consciência do sujeito, de determinadas condições históricas petrificadas.
A distinção entre representação e conceito, entre o mundo da aparência e o mundo da realidade, entre a práxis utilitária cotidiana dos homens e a práxis revolucionária da humanidade ou, numa palavra, a “cisão do único”, é o modo pelo qual o pensamento capta a “coisa em si”. A dialética é o pensamento crítico que se propõe a compreender a “coisa em si” e sistematicamente se pergunta como é possível chegar à compreensão da realidade. Por isto, é o oposto da sistematização doutrinária ou da romantização das representações comuns. O pensamento que quer conhecer adequadamente a realidade, que não se contenta com os esquemas abstratos da própria realidade, nem com suas simples e também abstratas representações, tem que destruir a aparente independência do mundo dos contatos imediatos de cada dia. O pensamento que destrói a pseudoconcreticidade para atingir a concreticidade é ao mesmo tempo um processo no curso do qual sob o mundo da aparência se desvenda o mundo real;por trás da aparência externa do fenômeno se desvenda a lei do fenômeno; por trás do movimento visível, o movimento real interno; por trás do fenômeno, a essência. [4] O que confere a estes fenômenos o caráter de pseudoconcreticidade não é a sua existência por si mesma, mas a independência com que ela se manifesta. A destruição da pseudoconcreticidade – que o pensamento dialético tem que efetuar – não nega a existência ou a objetividade daqueles fenômenos mas destrói a sua pretensa independência, demonstrando seu caráter mediato e apresentando, contra sua pretensa independência, prova do seu caráter derivado.
A dialética não considera os produtos fixados, as configurações e os objetos, todo o conjunto do mundo material reificado, como algo originário e independente. Do mesmo modo como assim não considera o mundo das representações e do pensamento comum, não os aceita sob seu aspecto imediato: submete-os a um exame em que as formas reificadas do mundo objetivo e ideal se diluem, perdem sua fixidez, naturalidade e pretensa originalidade para se mostrarem como fenômenos derivados e mediatos, como sedimentos e produtos da práxis social da humanidade.[5]
O pensamento acriticamente reflexivo[6] coloca imediatamente – e portanto sem uma análise dialética – em relação causal as representações fixadas e as condições igualmente fixadas, fazendo passar tal forma de “pensamento bárbaro” por uma análise “materialista” das idéias. Como os homens tomaram consciência de seu tempo (e, portanto, já o viveram, avaliaram, criticaram e compreenderam) nas categorias da “fé do carvoeiro” e do “ceticismo pequeno-burguês”, o doutrinador supõe que se fizera a análise “científica” daquelas idéias ao procurar para elas um equivalente econômico, social ou de classe. Ao invés, mediante tal “materialização” efetua-se apenas uma dupla mistificação: a subversão do mundo da aparência (das idéias fixadas) tem suas raízes na materialidade subvertida (reificada). A teoria materialista deve iniciar a análise com a questão: porque os homens tomaram consciência de seu tempo justamente nestas categorias e qual o tempo que se mostra aos homens nestas categorias? Fazendo esta indagação, o materialista prepara o terreno para proceder à destruição da pseudoconcreticidade tanto das idéias quanto das condições, e só depois disso pode procurar uma explicação racional para a íntima conexão entre o tempo e a idéia.
Entretanto, a destruição da pseudoconcreticidade como método dialético-crítico, graças à qual o pensamento dissolve as criações fetichizadas do mundo reificado e ideal, para alcançar a sua realidade, é apenas o outro lado da dialética, como método revolucionário de transformação da realidade. Para que o mundo possa ser explicado “criticamente”, cumpre que a explicação mesma se coloque no terreno da “práxis” revolucionária. Veremos mais adiante que a realidade pode ser mudada de modo revolucionário só porque e só na medida em que nós produzimos a realidade, e na medida em que saibamos que a realidade é produzida por nós. A diferença entre a realidade natural e a realidade humano-social está em que o homem pode mudar e transformar a natureza; enquanto pode mudar de modo revolucionário a realidade humano-social porque ele próprio é o produtor desta última realidade.
O mundo real, oculto pela pseudoconcreticidade, apesar de nela se manifestar, não é o mundo das condições reais em oposição às condições irreais, tampouco o mundo da transcendência em oposição à ilusão subjetiva; é o mundo da práxis humana. É a compreensão da realidade humano-social como unidade de produção e produto, de sujeito e objeto, de gênese e estrutura. O mundo real não é, portanto, um mundo de objetos “reais” fixados, que sob o seu aspecto fetichizado levem uma existência transcendente como uma variante naturalisticamente entendida das idéias platônicas; ao invés, é um mundo em que as coisas, as relações e os significados são considerados como produtos do homem social, e o próprio homem se revela como sujeito real do mundo social. O mundo da realidade não é uma variante secularizada do paraíso, de um estado já realizado e fora do tempo; é um processo no curso do qual a humanidade e o indivíduo realizam a própria verdade, operam a humanização do homem. Ao contrário do mundo da pseudoconcreticidade, o mundo da realidade é o mundo da realização da verdade, é o mundo em que a verdade não é dada e predestinada, não está pronta e acabada, impressa de forma imutável na consciência humana: é o mundo em que a verdade devém. Por esta razão a história humana pode ser o processo da verdade e a história da verdade. A destruição da pseudoconcreticidade significa que a verdade não é nem inatingível, nem alcançável de uma vez para sempre, mas que ela se faz; logo, se desenvolve e se realiza.
Portanto, a destruição da pseudoconcreticidade se efetua como: 1) crítica revolucionária da práxis da humanidade, que coincide com o devenir humano do homem, com o processo de “humanização do homem” (A. Kolman), do qual as revoluções sociais constituem as etapas-chave; 2) pensamento dialético, que dissolve o mundo fetichizado da aparência para atingir a realidade e a “coisa em si”; 3) realizações da verdade e a criação da realidade humana em um processo ontogenético, visto que para cada indivíduo humano o mundo da verdade é, ao mesmo tempo, uma sua criação própria, espiritual, como indivíduo social-histórico. Cada indivíduo – pessoalmente e sem que ninguém possa substituí-lo – tem que se formar uma cultura e viver a sua vida.
Não podemos, por conseguinte, considerar a destruição da pseudoconcreticidade como o rompimento de um biombo e o descobrimento de uma realidade que por trás dele se escondia, pronta e acabada, existindo independentemente da atividade do homem. A pseudoconcreticidade é justamente a existência autônoma dos produtos do homem e a redução do homem ao nível da práxis utilitária. A destruição da pseudoconcreticidade é o processo de criação da realidade concreta e a visão da realidade, da sua concreticidade. As correntes idealísticas absolutizaram ora o sujeito, tratando do problema de como encarar a realidade a fim de que ela fosse concreta ou bela, ora o objeto, e supuseram que a realidade é tanto mais real quanto mais perfeitamente dela se expulsa o sujeito. Ao contrário delas, na destruição materialista da pseudoconcreticidade, a liberalização do “sujeito” (vale dizer, a visão concreta da realidade, ao invés da “intuição fetichista”) coincide com a liberalização do “objeto” (criação do ambiente humano como fato humano dotado de condições de transparente racionalidade), posto que a realidade social dos homens se cria como união dialética de sujeito e objeto.
A palavra de ordem ad fontes, que ressoa periodicamente como reação contra a pseudoconcreticidade nas suas mais variadas manifestações, assim como a regra metodológica da análise positivista – “libertar-se dos preconceitos” – encontram o seu fundamento e a sua justificação na destruição materialista da pseudoconcreticidade. Todavia, o próprio retorno “às fontes” apresenta dois aspectos completamente distintos. Sob o primeiro aspecto ele se apresenta como uma douta e humanisticamente erudita crítica das fontes, como um exame dos arquivos e das fontes antigas, das quais cumpre deduzir a realidade autêntica. Sob o aspecto mais profundo e mais significativo, que aos olhos da douta erudição se afigura barbárie (como o testemunhas as reações contra Shakespeare e Rousseau) a palavra de ordem ad fontes significa crítica da civilização e da cultura; significa tentativa – romântica ou revolucionária – de descobrir por trás dos produtos e das criações a atividade e operosidade produtiva, de encontrar “a autêntica realidade” do homem concreto por trás da realidade reificada da cultura dominante, de desvendar o autêntico objeto histórico sob as estratificações das convenções fixadas.

[1] “...Se os homens apreendessem imediatamente as conexões, para que serviria a ciência? (Marx a Engels, carta de 27-6-1867). “Toda ciência seria supérflua se a forma fenomênica e essência coincidissem diretamente.” Marx, O Capital, III, séc.VII, cap. XLVIII, III. (Tr.ital. Roma, Rinascita, 1959, III, a, Pág.228). “Para as formas fenomênicas... a diferença da relação essencial ... vale exatamente aquilo que vale para todas as formas fenomênicas e para o fundamento oculto por detrás delas. As formas fenomênicas se reproduzem imediatamente por si mesmas, como formas correntes do pensamento, mas o seu fundamento oculto tem de ser descoberto somente pela ciência.” Marx, O Capital, I, seç. VI, cap. XVII. (Tr. Ital. I, 2, pág. 259).
[2] Alguns filósofos (por ex. Granger, L’ancienne et la nouvelle économie, “Esprit”, 1956, pág. 5515) atribuem apenas a Hegel o “método da abstração” e “do conceito”. Na realidade, este é o único caminho da filosofia para chegar à estrutura da coisa e, portanto, à compreensão da coisa.
[3] No plano desta “unilateralidade” prática, Marx, Hegel e Goethe se colocam contra a universalidade fictícia dos românticos.
[4] O Capital, de Marx, é construído metodologicamente sobre a distinção entre falsa consciência e compreensão real da coisa, de modo que as categorias principais da compreensão da realidade investigada se apresentam aos pares: fenômeno – essência; mundo da aparência – mundo real; aparência externa dos fenômenos – lei dos fenômenos; existência positiva – núcleo interno, essencial, oculto; movimento visível – movimento real interno; representação – conceito; falsa consciência – consciência real; sistematização doutrinária das representações (“ideologia”) – teoria e ciência.
[5] “O marxismo é um esforço para ler, por trás da pseudo-imediaticidade do mundo econômico reificado, as relações inter-humanas que o edificaram e se dissimularam por trás de sua obra.” A. de Walhens, L’idée phénomenologique d’intentionalité, in Husserl et la pensée moderne, Haia, 1959, págs. 127-28. Esta definição de um autor não-marxista constitui um testemunho sintomático da problemática filosófica do século XX, para a qual a destruição da pseudoconcreticidade e das mais variadas formas de alienação se transformou em uma das questões essenciais. Os filósofos se distinguem, entre si, pelo modo como a resolvem, mas a problemática comum já é dada, tanto para o positivismo (a luta de Carnap e Neurath contra a metafísica real ou suposta), como também para a fenomenologia e o existencialismo.É sintomático que o sentido autêntico do método fenomenológico husserliano e toda a conexão do seu núcleo racional com a problemática do século XX só tenham sido descobertos por um filósofo de orientação marxista, cuja obra constitui a primeira tentativa séria de um confronto entre a fenomenologia e a filosofia materialista. O autor define expressivamente o caráter paradoxal e rico em contrastes da destruição fenomenológica da pseudoconcreticidade: “O mundo da aparência havia abarcado, na linguagem ordinária, todo o sentido da noção de realidade... Desde que as aparências aí se impuseram a título de mundo real, sua eliminação se apresentava como uma colocação entre parênteses deste mundo ... e a realidade autêntica à que se retornava tomava paradoxalmente a forma de irrealidade de uma consciência pura.” Tran-Duc-Thao. Phenomenologique et materialisme dialectique, Paris, 1951, págs. 223-24.
[6] Hegel assim define o pensamento reflexivo: “A reflexão é a atividade que consiste em constatar as oposições e em passar de uma para a outra, mas sem ressaltar a sua conexão e a unidade que as compenetra.” Hegel, Phil. der Religion, I, pág. 126 (Werke, Vol. XI). Ver também Marx, Grundrisse, pág. 10.

MENSAGEM: VIVER É UM ESPETACULO IMPERDIVEL...

"Viver é um espetáculo imperdível”


Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não se esqueça de que sua vida é a maior RIQUEZA do mundo.


Lembre-se sempre de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades,
caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem
decepções.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança
no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a
tristeza.

Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.

Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem
sabe viajar para dentro do seu próprio ser.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas se tornar um autor da
própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.

É agradecer a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um "não".

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar
os filhos, curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo
que eles nos magoem.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora
dentro de cada um de nós.

É ter maturidade para falar "eu errei".

É ter ousadia para dizer "me perdoe".

É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".

É ter capacidade de dizer "eu te amo".

Faça da sua vida um canteiro de oportunidades.

Que nas suas primaveras você seja amante da alegria.

Que nos seus invernos você seja amigo da sabedoria.

E, quando você errar o caminho, comece tudo de novo.

Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida e descobrirá que
ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas é usar as lágrimas para
irrigar a tolerância, usar as perdas para refinar a paciência, usar as
falhas para esculpir a serenidade, usar a dor para lapidar o prazer,
usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível...

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim" - Chico Xavier

FORDISMO

Fordismo

A atual dinâmica do capitalismo contemporâneo vem trazendo grandes mudanças para as cidades e para as economias nacionais. A globalização econômica trouxe uma nova realidade para os países: o conceito de Estado-Nação vem perdendo força. Ou seja, o intercâmbio econômico e social são a tônica desse final de centúria.
Os mercados financeiros, a informação e as transnacionais, entre outros fatores, cumprem um papel preponderante na globalização: o mundo é considerado uno. As novas tecnologias também afetam as esferas econômicas e sociais; o desemprego, a desindustrialização e a reorganização industrial, chamam a atenção dos estudiosos.
Com esse quadro, as ciências sociais alimentam o debate no processo de obtenção de respostas para as indagações que surgem no espectro da pesquisa urbana. Qual o processo em curso? É possível revertê-lo? Para onde vamos? Essas são apenas algumas das dezenas indagações que surgem.
No campo teórico, várias linhas de análise vêm ganhando destaque. A primeira coloca o" processo de acumulação do capital no centro das análises de urbanização"[1][1]. Outro pólo teórico, não concorda totalmente que o aspecto econômico possa explicar a atual dinâmica dos processos sociais. Seguindo-se a essa discussão, um segundo grupo afirma que não se pode privilegiar nem o aspecto econômico nem os aspectos dos movimentos sociais e políticos somente. A questão fundamental desse grupo. A questão fundamental desse grupo, são as análises microssociológicas ou etnográficos[2][2].
Finalmente chegamos ao campo teórico que norteará o nosso trabalho: a Escola da Regulação Francesa. Em torno de todo esse debate sobre os atuais dilemas do capitalismo e sua compreensão, a teoria da regulação tomou forma através de Aglietta, Boyer e Mistral, Coriat e Lipietz. O aspecto fundamental desse campo teórico é a recusa a uma visão quantitativa-contábil da acumulação capitalista[3][3].
Dois conceitos são fundamentais para a compreensão da teoria da regulação: regime de acumulação e modo de regulação. O regime de acumulação seria,
"(...) um determinado modo de transformação e compatível de normas de produção de distribuição e de uso. Esse regime assenta-se sobre princípios gerais de organização do trabalho e de uso das técnicas que constituem um paradigma tecnológico"[4][4].
O modo de regulação compreenderia uma superestrutura, onde se daria a consolidação dos mecanismo sociais e jurídicos, para o funcionamento do regime de acumulação. Ou melhor,
'(...) o conjunto de normas (incorporadas ou explícitas), instituições, mecanismos de compensação, dispositivos de informação que ajustam , permanentemente, as antecipações e os comportamentos individuais à lógica de conjunto do regime de acumulação"[5][5].
No campo político, a coesão seria mantida através de compromissos aceitos pelos diferentes grupos sociais antagônicos, ou seja, o chamado Bloco Social.
O atual momento seria compreendido por uma crise que dita as atuais transformações do capitalismo. A crise seria do regime fordista de acumulação (do seu modelo de organização do trabalho, o taylorismo) e do seu modo de regulação (o Welfare State).
Apesar das críticas à teoria da regulação[6][6], acreditamos ser esse o melhor espectro teórico de análise na busca da compreensão da reestruturação urbana e industrial atual.

O FORDISMO

O regime de acumulação fordista teve a sua origem nos EUA e no pós-guerra irradiou-se para o mundo. O fordismo aliou os princípios tayloristas (divisão do trabalho manual e intelectual) - pesquisa e desenvolvimento, engenharia e organização racional do trabalho/execução desqualificada - ao seu pressuposto do know-how coletivo. Harvey ressalta dá seguinte maneira o regime de acumulação fordista:
"O que havia de especial em Ford (e que, em última análise, distingue o fordismo do taylorismo) era a sua visão, seu reconhecimento explícito de que a produção de massa significava consumo de massa, um novo sistema de reprodução do trabalho, uma nova política de controle e gerência do trabalho, uma nova estética e uma nova psicologia, em suma, um novo tipo de sociedade democrática, racionalizada, modernista e populista"[7][7].
Harvey[8][8] situa hipoteticamente o início do fordismo na fábrica de Henry Ford em Michigan. O ano seria 1914, quando Ford estabelece o dia de trabalho em 8 horas e a recompensa de cinco dólares para os trabalhadores de sua linha de montagem automática. O fordismo consolida-se. na realidade o que Ford propunha era uma sociedade baseada no consumo de massa e para isso, deveriam haver condições para tal.
A linha de montagem automática facilitaria o aumento da produtividade, do lazer e conseqüentemente o consumo. Ford acreditava em um poder corporativo poderia regulamentar a economia como um todo. com essas características amplas o fordismo proporcionou uma rápida elevação do investimento e do consumo per capita[9][9].
Na realidade, o modo de produção capitalista tem como característica fundamental a incoerência de suas relações. As crises cíclicas são inerentes ao sistema. A superprodução e conseqüentemente o problema da demanda efetiva, são problemas importantes para a manutenção do sistema. Entretanto, o que Ford previra antes da Depressão só foi visualizado, com clareza, após ela.
No período entre-guerras, o fordismo, encontrou vários obstáculos para a sua propagação. O primeiro obstáculo, segundo Harvey[10][10]foi:
"(...) o estado de relações e classe no mundo capitalista, dificilmente era propício à fácil aceitação de um sistema de um sistema de produção que se apoiava tanto na familiarização do trabalho puramente rotinizado, exigindo pouco das habilidades manuais tradicionais e concedendo um controle quase inexistente ao trabalhador sobre o projeto, o ritmo e a organização do processo produtivo".
O segundo obstáculo...
"(...) [eram] os modos e mecanismos de intervenção estatal. Foi necessário conceber um novo modo de regulamentação para atender aos requisitos de produção fordista; e foi preciso o choque da depressão selvagem e do quase-colapso do capitalismo na década de 30 para que as sociedades capitalistas chegassem a alguma nova concepção da forma e do uso dos poderes do estado".
Somente no pós-guerra esses problemas foram sanados. A principal questão a ser encarada era a conexão de controles estatais que desse uma estabilização ao sistema capitalista e superasse a falta de demanda efetiva. Assim, aliou-se a regulação estatal e a administração científica.
O fordismo incorporou a regulação econômica keynesiana que constituiu uma estabilidade considerável do regime de acumulação, onde:
"(...) O Estado teve que assumir novos (keynesianos) papéis e construir novos poderes institucionais; o capital corporativo teve de ajustar as velas em certos aspectos para seguir com mais suavidade a trilha da lucratividade segura; e o trabalho organizado teve de assumir novos papéis e funções relativas ao desempenho nos mercados de trabalho e nos processos de produção. O equilíbrio de poder tenso mais mesmo assim firme, que prevalecia entre o trabalho organizado, o grande capital corporativo e a nação-Estado, e que formou a base do poder da expansão do pós-guerra."[11][11]
O fordismo enquanto modo de regulação, tem as seguintes características[12][12]:
· · estabilidade nas relações de trabalho: convenções coletivas, o Welfare State, a legislação;
· · relações entre bancos e firmas amenas: subcontratações de empresas para tarefas especializadas:
· · controle da moeda pelo Banco central e
· · participação importante do Estado na regulação econômica.
Como regime de acumulação, o fordismo privilegiou fundamentalmente a escala nacional. Toda a sua produção é voltada para o mercado interno, já que a padronização dos produtos e as técnicas repetitivas da linha de montagem, barateia os custos da empreitada.
Numa perspectiva global, o fordismo consolidou nos países desenvolvidos de maneira desigual. Alemanha ocidental, França, Inglaterra e Itália, traçaram caminhos diferenciados no tocante às relações de trabalho, ao investimento público, às políticas monetárias e fiscais, etc. Apesar dessa variedade de caminhos, os EUA mantiveram o domínio político e, conseqüentemente econômico, sobre a economia mundial. Em Bretton Woods (1944), o dólar passou a ser moeda-reserva mundial, configurando a supremacia norte-americana.
A globalização do fordismo nos países desenvolvidos da Europa, foi facilitado pela ajuda norte-americana no período anterior à Segunda Guerra. Os EUA deslocaram os seus excedentes produtivos para o Velho Mundo, incorporando-o ao regime de acumulação fordista.
Em termos de relações de trabalho, nos deteremos aos EUA. Sob o fordismo, estas relações sempre estiveram ligadas a um paradoxo: o grande contingente de trabalhadores nas fábricas, trazia o perigo de um aumento do poder da classe. Para eliminar tal possibilidade, a burguesia direcionou uma política de ataques ao movimento sindical sob o argumento de “aparelhamento comunista” dos sindicatos.
Em 1933, os sindicatos haviam adquirido o poder de negociação coletiva, com a Lei Wagner. Agora no pós-guerra, esta lei dificultava os objetivos da burguesia. No auge da histeria macarthista, os sindicatos sucumbiram ao controle da Lei Taft-Hartley[13][13].
Entretanto, os sindicatos mantiveram um relativo poder nas indústrias de produção de massa, seja no Nordeste ou no Meio-Oeste. Deve-se assinalar que tal poder, resumia-se às questões meramente sociais e não políticas.

A CRISE DO FORDISMO

A crise do sistema fordista de produção teve início no final dos anos 60. A produtividade, capitaneada pelo taylorismo, perdeu o seu fôlego. O poder aquisitivo dos trabalhadores crescia num ritmo maior e, conseqüentemente, as taxas de lucros caíam. Paralelamente a isso, tanto o Japão como a Europa Ocidental, já haviam se recuperado, economicamente e a sua produção industrial gerava excedentes, favorecendo as exportações.
A competição internacional acirrava-se, com a inclusão da América Latina e dos países do sudeste asiático, ocasionando a queda do dólar, moeda-reserva mundial e, conseqüentemente, aumentando o problema fiscal norte americano. A solução encontrada ( como sempre ) foi a dispensa de trabalhadores. Entretanto, a rigidez do contrato de trabalho sobrecarregou a arrecadação do Welfare State. A crise do petróleo colaborou ainda mais para o declínio do fordismo. A extração da renda do petróleo acelerou esta primeira conseqüência: crise da organização do trabalho - crise de investimento - crise do Welfare state[14][14].
O fordismo e a regulação econômica keynesiana, no período de 8 anos (65 a 73), não conseguiu solucionar esses problemas. A problemática intrínseca ao capitalismo perdurou. Aliás, o problema estava,
"(...) [na] rigidez dos investimentos de capital fixo de longa escala em sistemas de produção em massa que impediam muita flexibilidade de planejamento e presumiam crescimento estável em mercados de consumo invariantes.
(...) A rigidez dos compromissos do estado foi se intensificando à medida que programas de assistência ( seguridade social, direitos de pensão, etc. ) aumentavam a pressão para manter a legitimidade num momento em que a rigidez na produção restringia expansões da base fiscal para gastos públicos. O único instrumento de resposta flexível estava na política monetária, na capacidade de imprimir moeda em qualquer montante que parecesse necessário para manter a economia estável"[15][15]
Harvey vai mais longe e afirma que:
"A profunda recessão de 1973, exacerbada pelo choque do petróleo, evidentemente retirou o mundo capitalista do sufocante torpor da estagflação (estagnação da produção de bens e alta de inflação de preços) e pôs em movimento um conjunto de processos que solaparam o compromisso fordista. Em conseqüência, as décadas de 70 e 80 foram um conturbado período de reestruturação econômica e de reajustamento social e político. no espaço social criado por todas essas oscilações e incertezas, uma série de novas experiências nos domínios da organização industrial e da vida social e política começou a tomar forma. essas experiências podem representar os primeiros ímpetos da paisagem para um regime de acumulação inteiramente novo, associado com um sistema de regulamentação política e social bem distinta".
Com essas contradições, inicia-se a transição do fordismo para o pós-fordismo ou a acumulação flexível.

O PÓS-FORDISMO


O processo de crise do sistema fordista de produção, desencadeou uma série de experiências que visavam dar um “novo ânimo” ao sistema capitalista. O que marca o pós-fordismo ou a acumulação flexível é a contraposição ao paradigma fordista; ou seja, a rigidez estabelecida neste regime de acumulação e que levou à sua própria deteriorização pela “flexibilidade”.
O processo de produção foi flexibilizado, desarticulando tudo o que existia até então. Na realidade, o que se observou, foi uma revolução tecnológica cuja principal meta era reverter o quadro da crise fordista: a queda da produtividade e da lucratividade. Tavares16 elucida que:
"Contrariamente à rigidez que caracterizava o taylorismo-fordismo, as novas tecnologias buscam obter o máximo de flexibilidade no que respeita a processos de produção, desenhos e produtos, bem como a ocupação da força de trabalho".
Não obstante, Harvey17 coloca que:
"A acumulação flexível (...) é marcada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho, novos mercados de trabalho, dos produtos e padrões. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. A acumulação flexível envolve rápidas mudanças dos padrões de desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre regiões geográficas, criando, por exemplo, um vasto movimento no emprego do chamado “setor de serviços”, bem como conjuntos industriais completamente novos em regiões até então subdesenvolvidas ( tais como, a Terceira Itália, Flandes, vários vales e gargantas de silício, para não falar da vasta profusão de atividades dos países recém-industrializados )".
Leborgne e Lipietz18 apontam, entretanto, alguns problemas para o uso dessas inovações tecnológicas. As panes nos sistemas, as máquinas obsoletas e os custos com a manutenção, são problemas que devem ser levados em consideração. Mas mesmo assim, salientam que:
A principal característica da revolução tecnológica atual é a invasão do microprocessador e das interfaces eletrônica não apenas em novos produtos, mas também no próprio processo de trabalho: a microeletrônica redefine o próprio significado da automação.
No bojo dessa nova dinâmica capitalista, a acumulação flexível foi tomando corpo, provocado uma grande rearticulação em todos os níveis sociais e econômicos. As relações de trabalho e a estrutura industrial, acompanharam o novo ritmo.
A flexibilidade caracteriza-se na organização do trabalho, na tecnologia e nas novas estruturas institucionais surgidas. A subempreitada acentuou-se, juntamente na sociedade entre produtos complementares. Conseqüentemente, os padrões de consumos foram fragmentados e privatizados; a desintegração vertical tomou impulso e os pequenos e médios produtores especializaram-se.
As novas bases da dinâmica concorrencial capitalista sofreram mudanças, ou seja, o eixo dessa concorrência migrou do preço para os novos modelos de produtos adaptados ao mercado. os mercados tornaram-se imprevisíveis e volúveis, ocasionado uma produção diferenciada e adequada à nova realidade. A produção procurou ocupar esses nichos lucrativos19.
A acumulação flexível visa conviver com a atual saturação decorrente da economia baseada em práticas fordistas e a seletividade; daí a variedade de tipos e tamanhos ofertados20. Dessa maneira, ocorre um aumento de importância das pequenas e médias empresas, favorecendo ao intercâmbio, as subcontratações e outras relações de interdependência.

FLEXIBILIDADE E TRABALHO

Com a redução das margens de lucro, o patronato procurou “flexibilizar” as relações de trabalho, visando recompor o optimum de lucratividade. Como já salientamos, a rigidez fordista colaborou para o declínio desse modelo de acumulação e a saída encontrada, entre outras, foi atacar o contrato de trabalho.
A relação rígida sofreu uma grande alteração, onde o modo de regulação (o Welfare State), foi desmantelado gradativamente. A outrora estabilidade do contrato de trabalho foi solapada, aproveitando-se do enfraquecimento do poder sindical e da mão-de-obra excedente em virtude da crise21.
O antigo trabalho do tipo regular foi ocupado por trabalhos temporários, parciais e até subcontratados. Se no fordismo o operário não participava do processo de fabricação, no pós-fordismo ocorrerá o contrário: reagrupa-se o que taylorismo havia dicotomizado, ou seja, os aspectos manuais e intelectuais do trabalho22 .
Havia que:
"O know-how adquirido por meio do aprendizado direto na manutenção e no dia-a-dia do processo de produtividade deve poder ser formalizado e assimilado pelo pessoal de Organização & Métodos e de Engenharia"23.
Dessa maneira, Leborgne e Lipietz24 localizam três tipos de relações profissionais que vão caracterizar a flexibilização do contrato de trabalho: polarização contínua, negociação individual do engajamento e negociação coletiva do engajamento. O principal ponto a ser realçado é a troca de interesses ou vantagens, quer no âmbito particular como no coletivo. Os dois salientam ainda que nenhum desses três tipos são hegemônicos.
No quadro da flexibilidade, essas relações possuirão denominações específicas, sendo a primeira a via Neotaylorista. Nela, aprofundam-se os princípios tayloristas e a automação, com a diminuição das regalias fordistas para os trabalhadores. EUA, Grã-Bretanha e França são adeptos desta via.
Na segunda via, estão o Japão, Alemanha e Itália (Norte), com a Kalkariana25. Evolução tecnológica e seguridade fordista (segurança de emprego, salários altos, etc.), compõem a via Kalkariana.
Finalmente chegamos à via Californiana, onde o engajamento individual é incentivado é incentivado, através da diferenciação salarial, além da possibilidade de “perda” de emprego. notamos nessa via o que Leborgne e Lipietz chamam de remercantilização da relação salarial.

REESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO INDUSTRIAL

O surgimento de novos distritos industriais e a reestruturação do espaço industrial, possuem a sua origem no regime de acumulação pós-fordista. Tanto a Europa Ocidental, como os EUA vêm passando por esse processo de reaglomeração da atividade econômica. O sistema pós-fordista de produção acentua-se em várias formas de flexibilidade, tanto em termos tecnológicos como na organização da produção. Os pequenos e médios produtores são especializados, ocasionando a subcontratação e a dependência. Tais processos corroboram a desintegração vertical.
A desintegração vertical reflete-se na descentralização das etapas de produção que passam a ser executadas fora da empresa, ou seja, empresas menores são contratadas. As principais razões para o fenômeno são as incertezas inerentes do mercado, que causam problemas na estrutura vertical da empresa e a possibilidade de maiores lucros com as economias externas, além da diminuição constante dos custos de produção. Assim, Boddy mostra que,
"A concentração espacial, a aglomeração, é estimulada principalmente pelos custos transnacionais espacialmente dependentes"26.
Onde,
"(...) a dinâmica da organização industrial (...), provoca o surgimento de uma tendência de aglomeração dos produtos em vários locais de paisagem da sociedade capitalista. Essas aglomerações se formaram a partir de redes compactas de inter-relações transnacionais que vão constituindo, à medida que se aprofunda a divisão do trabalho e à medida que grupos específicos de produtores são obrigados a interagir entre eles de maneira intensa e multiforme"27.
Não obstante,
"Essas transações incluem tanto fluxos de bens como de informações. A escala desses fluxos se amplia com as relações de subcontratação, cooperação e interdependência. Amplia-se também pela necessidade que o complexo de produção flexível tem de integrar a concepção e a execução-desenvolvimento do produto, produção, marketing e apoio ao consumidor. A dependência dessas articulações leva à aglomeração"28.
As mudanças tecnológicas também são responsáveis pela reorganização do espaço industrial. O principal modelo é o Just In Time, onde através da informática é possível,
Trabalhar com estoques mínimos, devido ao fluxo permanente de entrega de componentes e matéria-primas, rápidos ajustes sobre alterações de pedidos29.
Além do Just In Time, a inovação tecnológica abrange o Celular Quality Control (CRQ). Na pesquisa e no desenho, na comercialização e na administração, aparecem a tecnologia do Computer Aided Design (CAM) e Computer Integrated Global Manufacturing Systems (CIGMS).
A localização de novos centros industriais ocorrem também em função do mercado de trabalho, tanto no tocante à fartura de mão-de-obra como na debilidade da organização sindical. Ou seja, as periferias nacionais com as características acima, são procuradas com maior assiduidade.

COMPLEXOS DE ALTA TECNOLOGIA: OS TECNOPÓLOS

Com o advento das novas tecnologias, o espaço industrial vem sofrendo grande mudanças. A principal delas refere-se à criação de áreas de alto nível tecnológico no campo da microeletrônica, principalmente. Lima30 nos mostra que,
"As primeiras experiências no mundo nasceram fora do planejamento específico do Estado ou de corporações, respondendo a necessidades militares dos Estados Unidos, centros de pesquisa na Califórnia, respaldados por elevadas verbas do departamento de Estado, oferecendo condições para a implementação de empresas de alta tecnologia na área da microeletrônica". (...)
A formação de complexos de alta tecnologia, os tecnopólos, fazem parte de uma tendência mundial no bojo da acumulação flexível. Cada vez mais, abandonam-se as práticas de produção fordista. Outro ponto que deve ser destacado é a associação entre universidades e centros de pesquisa, sob o comando de empresários e pesquisadores.
O capital realoca onde haja maiores possibilidades de lucro seguro. As condições "(...) demonstram que os tecnopólos têm esse ingrediente exigido pelo capital, tornando-os lugares atrativos internacionalmente".31
O tecnopólo é um "sítio de acolhimento de complexos industriais que se fundam na associação de conhecimento científico e tecnológico"32. Entretanto, os tecnopólos não são vistos somente por esse prisma. Podem, também, possuir “outras funções”, como por exemplo, promover a reindustrialização de áreas decadentes (Turim e Boston); ou ainda, descentralizar os altos adensamentos demográficos (Tsukuda, no Japão), entre outras funções33. Para ilustrar melhor a formação dos tecnopólos, nos deteremos nos exemplos norte-americano e francês.
O Silicon Valley foi originado da Universidade de Stanford, no processo de incrementação da microeletrônica. Criou-se o Stanford Industrial Park, com toda a infra-estrutura: bibliotecas, livrarias, hospitais, etc. Tavares34 coloca que grandes investimentos foram destinados progressivamente: 500 mil dólares em 1955; 2 milhões, em 1965; 7 milhões, em 1976 e 24 milhões em 1981. A Hewlett Packard, a Varian e a Lokeed, foram as empresas pioneiras na instalação dos tecnopólos. Em 1980, eram 90 empresas.
Geograficamente, o Silicon Valley situa-se ao sul San Francisco, entre Palo Alto e San Jose. Possui uma área de 15 km de largura por 50 km de comprimento. Entretanto, as principais indústrias de alta tecnologia se localizam na área da baía de San Francisco. O principal fator para a produção do tecnopólo foram os semi-condutores e o silício como sua matéria-prima.
O mercado de trabalho compreende um grupo altamente especializado e qualificado, e outro de baixa qualificação (mulheres e imigrados). Devemos salientar que o nível de sindicalização é baixíssimo. Característica marcante na implantação do tecnopólo.
No caso francês, os anos 80 foram marcados pela presença de complexos industriais portuários, notadamente Dunkerque e Fos. Paralelamente a DATAR (Delegation de L’Amenagement du Territoire) "os tecnopólos são um meio de equilibrar o território de numerosas regiões, entre cidades de porte internacional, cidades médias e o interior"35 . Até o início da década de 90, existiam 50 tecnopólos em toda a França, sendo o principal de Sophia Antipolis (Nice). Aliás, em atividade desde 1969.
Sophia Antipolis foi inspirado no exemplo norte-americano. Em seu projeto existia a mesma preocupação do Silicon Valley: a criação de uma grande infra-estrutura que propiciasse um bom retorno em relação aos investimentos aplicados. Entretanto, a iniciativa foi individual e, posteriormente, o Estado associou-se . A concepção foi de Pierre Lafitte, político e cientista.
Em 1970, nascia o Parque Internacional de Atividades de Valbonne-Sophia Antipolis. Até 1991, 14.267 empregos estavam ligados a Sophia Antipolis, nas áreas de eletrônica-informática, telecomunicações-telemática, ciência da saúde, química, etc36 .
Dessa maneira, observamos que os tecnopólos são cada vez mais uma realidade presente nos países centrais
No mundo desenvolvido, podemos apontar como exemplo a Terceira Itália (Emília-Romana) e Corredor M 4 (Cambridge, Inglaterra). No Brasil com as devidas proporções, podemos citar a EMBRAER, o CTA/ITA e o INPE, que são alguns exemplos próximos aos tecnopólos.

CONCLUSÃO

Como podemos observar ao longo de nossa de nossa dissertação, as grandes mudanças tecnológicas foram de fundamental importância para a introdução no pós-fordismo. O microprocessador e as novas interfaces eletrônicas assumiram um papel de ponta em todo esse processo. Inclusive, o final deste século caracteriza-se por esse aspecto: a Terceira Revolução Industrial ou a Revolução Tecno-científica, encurtaram profundamente as distâncias e a organização da produção.
O fordismo cumpriu um papel importante na formação de um grande mercado de consumo de massa, através da elevação do investimento per capita. Entretanto, o sistema chegava ao colapso no final dos anos 60 e início dos anos 70.
As relações foram profundamente alteradas, principalmente no que se refere a desarticulação do “trabalho rígido” que foi substituído pelo “trabalho flexível”. O ataque ao Welfare State, foi de fundamental importância na consolidação desse processo. Sem as amarras do sistema que permitia amplas garantias aos trabalhadores, surgiu a flexibilidade esperada. Com essa flexibilidade foi possível diminuir os custos e recuperar a produtividade.
Por outro lado, os países centrais aumentaram os investimentos tecnológicos que tiveram início nos anos 50, quando foi criado o primeiro tecnopólo, o Silicon Valley. Atualmente, quase todos os países apresentam tais centros de excelência tecnológica.
O domínio da tecnologia de ponta é uma condição sine qua non para se trilhar os caminhos do desenvolvimento econômico, servindo inclusive como uma lição para os países subdesenvolvidos industrializados, entre eles o Brasil. Infelizmente estamos atrasados no processo tecnológico.
A pouca importância dada a pesquisa e ao desenvolvimento, através da falta de recurso nas universidades, acentuam nossa dependência das “tecnologias estrangeiras”. Sem investimento nesses setores, ficamos à mercê da tirania dos altos preços das tecnologias que, não raro, são de antepenúltima geração.
Com a chegada da globalização, os mercados são disputados com grande afinco, onde a vantagem, são daqueles que possuem maior competitividade. Os Tigres Asiáticos saíram na frente e já despontam na produção tecnológica mais sofisticada.
Certamente não haverá grandes alterações no atual ranking dos países que dominam as tecnologias avançadas, cabendo ao países Terceiro Mundo tentar alcança-los. Somente uma política de investimentos no setor tecnológicos poderá romper tal perspectiva.

NOTAS
[16][1] L. Valladares & E. Preteceille. Reestruturação Urbana-Tendências e Desafios (Orgs.), Rio de Janeiro, Nobel/Iuperj, 1990, p.7.
[17][2] Ibid, p. 8
[18][3] Ibid, p. 9
[19][4] D. Leborgne & A. Lipietz. Flexibilidade Defensiva ou Flexibilidade Ofensiva: Os Desafios das Novas Tecnologias e da Competição Mundial, In: Reestruturação Urbana-Tendências e Desafios (Orgs.), Rio de Janeiro, Nobel/IUPERJ, 1990, p. 18.
[20][5] Ibid., p. 18.
[21][6] M. Boddy. Reestruturação Industrial, Pós-Fordismo e Novos Espaços Industriais, In: Reestruturação-Tendências e Desafios, Rio de janeiro, Nobel/IUPERJ, 1990, p.49 a 54.
[22][7] D. Harvey, Condição Pós-Moderna, São Paulo, Edições Loyola, 1992, p. 121.
[23][8] Ibid., p. 121.
[24][9] D. Leborgne & Lipietz, Op. cit., p. 20.
[25][10] Op. cit., p.123 e 124.
[26][11] Ibid., p. 125
[27][12] Op. Cit., p. 20
[28][13] Op. Cit., p. 128.
[29][14] D. Leborgne & A. Lipietz, Op. Cit., p.22.
[30][15] D. Harvey, Op. Cit., p. 135 136.
16 H. M. Tavares, Complexos de Altas Tecnologia e Reestruturação do Espaço, In: Caderno IPPUR/UFRJ, Rio de Janeiro, V, VII, 1, 1993, p.41.
17 D. Harvey, Op. cit., p. 140.
18 Op. cit., p. 25.
19 M. Boddy, Op. cit., p. 46.
20 Op. cit., p. 41.
21 Ver D. Harvey, Op., cit., p.143.
22 Ver D. Leborgne & A. Lipietz, Op. cit., p.26.
23 Ibid., p. 26.
24 Ibid., p. 27.
25 Ver origem do termo em D. Leborgne & A. Lipietz, Op. Cit., p. 28.
26 M. Boddy. Op. cit., p.47
27 Ibid., citando Scott, p.47.
28 Ibid., p.47.
29 H. M. Tavares, Op. cit., p.42.
30 L. C. Lima. Tecnopólo: A Formação de uma nova territorialidade, In: O Novo Mapa do Mundo - Fim de Século e Globalização (Orgs.). São Paulo, Hucitec/ANPUR, 1993, p. 286.
31 Ibid., p. 288.
32 H. M. Tavares, Op. cit., p. 139.
33 Ver, Op. cit., p. 286 e 287.
34 Op. cit., p. 44.
35 Tavares cita o Le Monde Diplomatique, Op. cit., p. 45
36 Op. cit., p. 46.


BIBLIOGRAFIA

BENKO, Georges. Os Novos Espaços Industriais: a lógica locacional. In: Cadernos IPPUR/UFRJ, v. VII, nº 1.
BODDY, M. Reestruturação Industrial, Pós-Fordismo e Novos Espaços Industriais. In: Reestruturação Urbana — Tendências e Desafios (Orgs.). Rio de Janeiro, Nobel/IUPERJ, 1990.
GUNN, Philip. A Indústria Automobilística nos Anos Recentes: as inflexibilidades da globalização. In: O Novo Mapa do Mundo — Fim de século e Globalização (orgs.). São Paulo, Hucitec/ANPUR, 1993.
HARVEY, DAVID. Condição Pós-Moderna. São Paulo, Edições Loyola, 1992.
LEBORGNE, D. & LIPIETZ, ALAIN. Flexibilidade Defensiva ou Flexibilidade Ofensiva: os desafios das novas tecnologias e da competição mundial. In: Reestruturação Urbana — Tendências e Desafios (Orgs.). Rio de Janeiro, Nobel/IUPERJ, 1990.
LIMA, L. Costa. A Formação de uma Nova Territorialidade In: O Novo Mapa do Mundo — Fim de Século e Globalização (Orgs.). São Paulo, Hucitec/ANPUR, 1993.
TAVARES, H. T. Complexos de Alta Tecnologia e Reestruturação do Espaço. In: Caderno IPPUR/UFRJ. Rio de Janeiro, 1993.
VALLADARES, L. & PRETECEILLE, E. Reestruturação Urbana — Tendências e Desafios (Orgs.). Rio de Janeiro, Nobel/IUPERJ, 1990.

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