terça-feira, 10 de abril de 2012

HISTÓRICO DE GRAMSCI E SUAS CATEGORIAS FUNDANTES

HISTÓRICO DE GRAMSCI
- Antônio Gramsci nasceu em 1891, em Ales, na
ilha da Sardegna, (pobre e atrasados da Itália)
- infância, SofreU a exclusão social por ser
pobre, por ser deficiente (queda que o deixou corcunda)
- Na juventude, percebeu que as desigualdades
sociais dominam a sociedade e que precisa de uma ideologia que modifique este
quadro, e dê a classe social marginalizada força para participar das decisões
sociais.
-
Contato com o socialismo começou ainda jovem, recebia de seu irmão periódicos
do jornal Avanti! Do partido
socialista italiano
-
participava de grupos juvenis socialistas onde eram discutidos os problemas
sociais e econômicos da Sardegna.
- 1911,
(bolsa de estudos) ingressa na Universidade de Turim, onde cursa, parcialmente,
a Faculdade de Letras e Filosofia.
- 1915,
passa a empenhar-se no Jornalismo militante, (qualidade do texto e trabalho de
pesquisa cultural)
-
Gramsci acreditava que toda revolução deveria ser precedida por um trabalho de
difusão de ideologias para que o povo aprendesse e tivesse consciência do que
poderia ser mudado.
-
1919, quando a Itália passava por problemas sociais, ele e um grupo de
intelectuais publicaram o jornal L’ordine
Nuovo que significa A nova ordem, esse
periódico pretendia ser tanto um instrumento de investigação cultural quanto um
órgão de luta política.
-
Era integrante do PSI, não concordava, com as principais correntes ideológicas
do partido: os 1 marximalistas e os 2- reformistas.
1-acreditavam que a revolução proletária se
daria, naturalmente, através do desenvolvimento econômico que aumentaria as
diferenças, entre as classes sociais e causaria um colapso no capitalismo. E
que, enquanto isso, caberia ao proletariado fortalecer suas organizações e
esperar o grande dia.
2-Já
os reformistas, aceitavam as propostas da classe dominante, mas faziam
divulgação dos seus ideais, acreditavam que, um dia, o socialismo chegaria pela
própria necessidade da sociedade.
- Gramsci
não se sentiu à vontade e propôs uma Associação Socialista da Cultura, que iria,
segundo ele, completar a frente da luta operária, não foi aceito e ele montou,
com seus simpatizantes o Clube de Vida
Moral, que fazia debates para instruir moral e, culturalmente os jovens
socialistas.
-
1921 formou o Partido Comunista Italiano,
onde foi secretário geral e deputado e onde fundou o jornal L’Unitá.
- Neste momento a ditadura fascista estava fortalecida e pouco tempo
depois, Gramsci foi preso em 1926, e condenado a 20 anos de prisão.
- As
palavras de Gramsci causavam impacto, tanto que durante o processo que o levou
à prisão, um promotor chegou a afirmar : “Devemos inutilizar por vinte anos
esse cérebro perigoso”.
-
Na prisão escreve Cadernos do Cárcere, com dificuldades, pois foi submetido a
um regime rigoroso, com restrição de leituras e só podendo escrever cartas e
notas.
- 1922 foi à Rússia
representando o partido, e lá conheceu sua esposa, Giulia Schucht, uma jovem violinista com a
qual teve dois filhos.
- 1933,
os sintomas da tuberculose já estavam evidentes, e para não levarem a culpa
pela sua morte, as autoridades fascistas libertaram Gramsci três dias antes de
sua morte, já em 1937.
- 1947,
é publicada a 1ª ed Cartas do Cárcere,
- Gramsci
é um pensador que nos permite estudá-lo em duas fases; a 1ª mais idealista e
direcionada, que vai até meados de 1920, na qual Gramsci trata dos problema
mais próximos da sua realidade, como a exploração do camponês sulino pelos
latifundiários e nortistas, a chamada teoria meridional e a dos conselhos de
fábrica.
- Já
a 2ª fase, que vai de 1920 até sua morte, mostra um Gramsci mais consciente da
realidade de seu país, disposto a estudá-lo e lutar por uma maior liberdade
intelectual. É nessa fase, que ele desenvolve as teorias do Estado Ampliado, Ocidente Versus Oriente,
Moderno Príncipe e o Papel do Intelectual.
- O primeiro a reconhecer e escrever sobre a
situação camponesa de todo país, principalmente, a situação dos camponeses
sulistas que sofriam com a expropriação da terra pelos latifundiários e a
exploração das indústrias do norte. (propôs a união dos camponeses com os
intelectuais na criação de uma cooperativa que não só resistiria à exploração
do norte como, também, competiria com as indústrias de lá).
- Os
Conselhos de Fábrica, defendidos por
Gramsci, podem ser chamados de “embrião” do partido político defendido por ele.
-
Era contra os sindicatos, por achar que estes não só tratam de trabalhadores
específicos, o que fragmenta a classe operária, mas, também, por se deterem a
questões salariais, ou seja, tratarem a força de trabalho como capital.
-Já
os Conselhos de Fábrica, são
compostos por um representante de cada setor da fábrica, trata o trabalhador
como produtor, unidos em prol de melhorias coletivas.
- Ele
acredita que o Estado Socialista deveria ser formado por vários
conselhos de fábrica num conselho executivo central.
TEORIAS
Hegemonia / Bloco Hegemónico
Gramsci é famoso principalmente pela elaboração do conceito de hegemonia e bloco hegemónico, e também por
focar o estudo dos aspectos culturais da sociedade (a chamada super-estrutura
no marxismo clássico) como elemento a partir do qual se poderia realizar uma
acção política e como uma das formas de criar e reproduzir a hegemonia.
Alcunhado em alguns meios como o “marxista das super-estruturas”, Gramsci
atribuiu um papel central à diálise infra-estrutura (base real da sociedade,
que inclui forças de produção e relações sociais de produção)/ super-estrutura
("ideologia", constituída pelas instituições, sistemas de ideias,
doutrinas e crenças de uma sociedade), a partir do conceito de "bloco
hegemónico".
Segundo esse conceito, o poder das classes dominantes
sobre o proletariado e todas as classes dominadas dentro do modo de produção
capitalista, não reside simplesmente no controlo dos aparatos repressivos do
Estado. Se assim fosse, tal poder seria relativamente fácil de derrocar
(bastaria que fosse atacado por uma força armada equivalente ou superior que
trabalhasse para o proletariado). Este poder é garantido fundamentalmente pela
"hegemonia" cultural que as classes dominantes logram exercer sobre
as dominadas, através do controlo do sistema educacional, das instituições
religiosas
e dos meios de
comunicação
. Usando deste controlo, as classes dominantes
"educam" os dominados para que estes vivam em submissão às primeiras
como algo natural e conveniente, inibindo assim sua potencialidade revolucionária.
Assim, por exemplo, em nome da "nação" ou da "pátria", as
classes dominantes criam no povo o sentimento de identificação com elas, de
união sagrada com os exploradores, contra um inimigo exterior e a favor de um
suposto "destino nacional". Assim se forma um "bloco
hegemónico" que amalgama a todas as classes sociais em torno de um
projecto burguês.
A hegemonia é o conceito que permite compreender o desenrolar da história
italiana e da Ressurreição particularmente, que poderia ter adquirido
um carácter revolucionário se contasse com o apoio de vastas massas populares,
em particular dos camponeses, que constituíam a maioria da população. Limitou o
alcance da revolução burguesa em Itália o facto de não ser guiada por um
partido jacobino, como em França, onde a participação camponesa, apoiando a
revolução, foi decisiva para a derrota das forças da reacção aristocrática.
As classes subalternas
A hegemonia é, portanto, o exercício das funções de direcção intelectual e
moral unida àquela do domínio do poder político. O problema para Gramsci está
em compreender como pode o proletariado ou em geral uma classe dominada,
subalterna, tornar-se classe dirigente e exercer o poder político, ou seja,
converter-se em uma classe hegemónica.
As classes subalternas – subproletariado, proletariado urbano, rural e
também a pequena burguesia – não estão unidas e sua união ocorre somente quando
“se convertem em Estado”, quando chegam a dirigir o Estado, de outra forma
desempenham uma função descontinua e desagregada na história da sociedade civil
dos estados singulares. Sua tendência à unificação “se despedaça continuamente
por iniciativa dos grupos dominantes” dos quais elas “sofrem sempre a
iniciativa, ainda quando se rebelam e se insurgem”.
A hegemonia é exercida unindo-se um bloco social – criando então a aliança
política de um conglomerado de classes sociais diferentes. Em Itália, o bloco
social não é homogéneo, sendo formado por industriais, proprietários rurais,
classes médias e parte pequena da burguesia. Este bloco é, portanto, sempre
entrecortado por interesses divergentes. Mas, mediante uma política, uma
cultura e uma ideologia ou um sistema de ideologias, impedem que os conflitos
de interesses, permanentes até quando são latentes, explodam, provocando a
crise da ideologia dominante e uma decorrente crise política do sistema de
poder.
A crise da hegemonia se manifesta quando, ainda que mantendo o próprio
domínio, as classes sociais politicamente dominantes não conseguem mais ser
dirigentes de todas as classes sociais, isto é não conseguem resolver os
problemas de toda a colectividade e a impor a toda a sociedade a própria
complexa concepção do mundo. A classe social subalterna, se consegue indicar
soluções concretas aos problemas deixados sem solução, torna-se dirigente e,
expandindo sua própria cosmovisão a outros estratos sociais, cria um novo bloco
social, que se torna hegemónico. Para Gramsci, o momento revolucionário
volta-se inicialmente para o nível da superstrutura, em sentido marxista, isto
é, político, cultural, ideal, moral. Mas, trespassa a sociedade em sua
complexidade, indo ao encontro com sua estrutura económica, isto é, todo o
bloco histórico— termo que para Gramsci indica o conglomerado da estrutura e da
superstrutura, as relações sociais de produção e seus reflexos ideológicos.
Em Itália, o exercício da hegemonia das classes dominantes sempre foi
parcial: entre as forças que contribuem à conservação do bloco social estão a
Igreja Católica, que se bate para manter a unidade doutrinária de modo e evitar
entre os fiéis fracturas irremediáveis que no entanto existem e que ela não
pode sanar, mas somente controlar: “A Igreja romana foi sempre a mais tenaz na
luta para impedir que oficialmente se formem duas religiões, uma dos
intelectuais e outra das almas simples”. Luta que, se por um lado, teve graves
consequências, conectadas “ao processo histórico que transforma toda a
sociedade civil e que em bloco contem uma crítica corrosiva das religiões”, por
outro, fez ressaltar “a capacidade organizadora na esfera da cultura do clero”
que deu “certas satisfações às exigências da ciência e da filosofia, mas com um
ritmo tão lento e metódico que as mutações não são percebidas pela massa dos
simples, ainda que estas pareçam revolucionárias e demagógicas aos
fundamentalistas.”
Nem mesmo a cultura de timbre idealista, que, ao tempo de Gramsci, era
dominante e exercida pelas escolas filosóficas crocianas e gentilianas, “soube
criar uma unidade ideológica entre o baixo e o alto, entre os simples e os
intelectuais”. Tanto é que esta cultura, ainda que considerando a religião uma
mitologia, não ao menos “tentou construir uma concepção que pudesse substituir
a religião na educação infantil”, e estes pedagogos, ainda que não fossem
religiosos nem confessionais, ou mesmo que fossem ateus, “concordam com o ensino
religioso porque a religião é a filosofia da infância da humanidade, que se
renova em cada infância não metafórica”. Também a cultura laica “dominante”
utiliza pois a religião, porque não trata do problema de elevar às classes
populares ao nível das dominantes, mas, ao contrário, quer mantê-la em uma
posição subalterna.
Consciência de classe
A fractura entre os intelectuais e os simples pode ser sanada por uma
política que “não tenda manter os simples em sua filosofia primitiva do sentido
comum, mas, ao invés disso, que os leve a uma concepção superior da vida”. A
acção política empreendida pela “filosofia da práxis” (como Gramsci chama o
marxismo), opondo-se às culturas dominantes da Igreja e do idealismo, pode
elevar os subalternos a uma “consciência superior da vida. Isto afirma a
exigência do contacto entre os intelectuais e os simples, que não é para
limitar a actividade científica ou por manter uma unidade ao baixo nível das
massas, mas para construir um bloco intelectual e moral que torne politicamente
possível um progresso intelectual de massa e não somente de escassos grupos
intelectuais.” [2]
Logo, a via para a hegemonia do proletariado passa por uma reforma cultural e
moral da sociedade.
Porém, “o homem activo da massa”, isto é a classe operária, em geral não é
cônscia nem da função que pode desempenhar nem da sua condição real de
subordinada. O proletariado, de acordo com Gramsci, “não tem uma clara
consciência teórica de sua forma de trabalhar, que também é um conhecimento do
mundo enquanto o transforma. Assim, sua consciência teórica até pode estar
conflito com sua forma de trabalhar”. Ele trabalha de modo prático e ao mesmo
tempo tem uma consciência teórica herdada do passado, que ele acolhe de modo
acrítico. A real compreensão crítica de si mesmo ocorre “através de uma luta de
hegemonias políticas, de direcções conflituosas, primeiro no campo da ética,
logo da política para chegar a uma elaboração superior da própria concepção do
real”. A consciência política, isto é, o ser parte de uma determinante força
hegemónica, constitui “a primeira fase para uma ulterior e progressiva
autoconsciência onde teoria e prática finalmente se unem”. ».[2]
Mas, a autoconsciência crítica implica a criação de uma elite de
intelectuais, pois para distinguirem-se e fazerem-se independentes, o
proletariado necessita de organização e esta não existe sem intelectuais, “um
estrato de pessoas especializadas na elaboração conceitual e filosófica”.
O Partido Político
Maquiavel já enxergava nos Estados unitários europeus modernos a
experiência pela qual passaria a própria Itália, para superar a dramática crise
emergida das guerras que devastaram a península desde os finais do século XV. O
príncipe de Maquiavel “não existia na realidade histórica, não se apresentava
ao povo italiano de modo imediato e objectivo. Era uma pura abstracção
doutrinária, o símbolo do chefe, do líder ideal. Mas os seus elementos
passionais, míticos… se resumem e se tornam vivos ao final, na invocação de um
príncipe realmente existente”.[3]
Ao tempo de Maquiavel, em Itália não houve uma monarquia absoluta que
unificasse a nação, porque, segundo Gramsci, na dissolução da burguesia comunal
se criou uma situação interna económico-corporativa, politicamente “a pior das
formas de sociedade feudal, a forma menos progressista e mais estancada; faltou
sempre, e não se podia constituir, uma força jacobina eficiente, a força
precisa que em outras nações insuflou e organizou a vontade colectiva
nacional-popular e fundou os estados modernos”.
A esta força progressista se opôs em Itália a “burguesia rural, herança do
parasitismo deixado nos tempos modernos pela derrota, como classe, da burguesia
comunal”. As forças progressistas são os grupos sociais urbanos com um
determinado nível de cultura política. Todavia, não será possível a formação de
uma vontade colectiva nacional-popular, “se as grandes massas de campesinos
trabalhadores não irrompem simultaneamente na vida política. Isso Maquiavel
pretendia alcançar através da reforma das milícias, isto fizeram os jacobinos
na Revolução Francesa; Compreendendo isto, identifica-se um jacobinismo precoce
em Maquiavel.. “.
Modernamente, o Príncipe invocado por Maquiavel não pode ser um indivíduo
real, concreto, mas antes um organismo e “este organismo já vem do
desenvolvimento histórico e é o partido político: a primeira célula na qual se
resumem as sementes de vontade colectiva que almejam tornar-se universais e
totais”; o partido é o organizador de uma reforma intelectual e moral, que
concretamente se manifesta com um programa de reforma económica, tornando-se
assim “a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a
vida e de todas as relações de costumes”.
Para que um partido exista e se faça historicamente necessário, devem
confluir nele três elementos fundamentais:
- "Um elemento difuso, de homens comuns, médios, cuja participação
seja a contribuição pela disciplina e pela fidelidade, não pelo espírito
criativo e altamente organizador. eles são uma força enquanto houver quem os
centralize, organize, discipline, porém, na ausência desta força coesiva, se dispersariam
e se anulariam em uma poeira impotente.”.
- “O elemento coesivo principal. dotado de força altamente coesiva,
centralizadora e disciplinadora e também, ou por isto mesmo, inventiva. com
apenas este elemento não se formaria um partido, mas um partido se forma mais
com ele do que com o primeiro elemento considerado. Fala-se de capitães sem
exército, mas na realidade é mais fácil formar um exército que os capitães.
“Um elemento
médio, que articule o primeiro elemento com o segundo, que os coloque em contacto,
não apenas física, mas moral e intelectualmente.”.
Os Intelectuais e a educação
Gramsci examinou de perto o papel dos intelectuais na sociedade: todo homem
é um intelectual, já que todos têm faculdades intelectuais e racionais, mas nem
todos têm a função social de intelectuais. Ele propôs a ideia de que os
intelectuais modernos não se contentariam mais de apenas produzir discursos,
mas estariam engajados na organização das práticas sociais.
Segundo sua análise, “não há actividade humana da qual se possa excluir de
toda intervenção intelectual, não se pode separar o ‘homo faber’ do ‘homo
sapiens’” enquanto, independentemente de sua profissão específica, cada um é a
seu modo “um filósofo, um artista, um homem de gosto, participa de uma
concepção do mundo, tem uma consciente linha moral”, Mas, nem todos os homens
têm na sociedade a função de intelectuais.
Historicamente se formam categorias particulares de intelectuais,
“especialmente em relação aos grupos sociais mais importantes e passam por
processos mais extensos e complexos em conexão com o grupo social dominante”.
Gramsci, então, distingue entre uma “intelectualidade tradicional” que, sem
razões, se considera uma classe distinta da sociedade e os grupos intelectuais
que cada classe gera “organicamente”. Estes últimos não descrevem a vida social
simplesmente por regras científicas, mas de preferência exprimem as
experiências e os sentimentos que as massas por si mesmas não conseguem
exprimir.
O intelectual tradicional é o literato, o filósofo, o artista e por isso,
diz Gramsci, “os jornalistas, que acreditam ser literatos, filósofos e
artistas, também acreditam ser os verdadeiros intelectuais”, enquanto que
modernamente é a formação técnica a que serve como base do novo tipo de
intelectual, um “construtor, organizador, persuasor”, que deve partir “da
técnica-trabalho para a técnica-ciência e a concepção humano-histórica, sem a
qual permanece especialista e não se torna dirigente”. O grupo social
emergente, que labuta por conquistar a hegemonia política, almeja conquistar a
própria ideologia intelectual tradicional, ao mesmo tempo que forma seus
próprios intelectuais orgânicos.
A organicidade do intelectual se mede pela maior ou menor conexão que
mantém com o grupo social ao qual se relaciona: eles operam, tanto na sociedade
civil quanto na sociedade política ou estado. A primeira representa o conjunto
dos organismos privados nos quais se debatem e se difundem as ideologias
necessárias para a aquisição do consenso que aparentemente surge de modo espontâneo
das grandes massas da população em torno às decisões do grupo social dominante.
A segunda é onde se exerce o “domínio directo do comando que se expressa no
Estado e no regime jurídico”. Os intelectuais são como “apostadores do grupo
dominante para o exercício das funções subalternas da hegemonia social e do
regime político”. Assim como o Estado, que na sociedade política almeja unir os
intelectuais tradicionais com os orgânicos, também, na sociedade civil, o
partido político forma “os próprios componentes, elementos de um grupo social
que nasce e se desenvolve como económico, até convertê-los em intelectuais
políticos qualificados, dirigentes, organizadores de todas as actividades e as
funções inerentes ao desenvolvimento orgânico de uma sociedade integral, civil
e política”.
A necessidade de criar uma cultura própria dos trabalhadores relaciona-se
com o apelo de Gramsci por um tipo de educação que permite o surgimento de
intelectuais que partilhem das paixões das massas de trabalhadores. Neste
aspecto, os adeptos da educação adulta popular tomam Gramsci como uma
referência. Seu sistema educacional pode ser definido dentro do âmbito da pedagogia crítica
e a educação popular teorizadas e praticadas mais contemporaneamente pelo
brasileiro Paulo Freire.
A Crítica a Croce
Benedetto Croce,
o intelectual mais respeitado de sua época, foi quem, na visão de Gramsci, deu
à burguesia italiana os instrumentos culturais mais refinados para demarcar os
limites entre os intelectuais e a cultura italiana, por uma parte, e o
movimento operário e socialista por outra. Faz-se então necessário expor e
combater a sua função de maior representante da hegemonia cultural que o bloco
social dominante exerce em relação ao movimento operário italiano. Croce
combate o marxismo tratando de negar a validade do elemento que considera
decisivo: o referente à economia. O Capital de Marx seria para ele uma obra de
moral e não de ciência, um tentativa de demonstrar que a sociedade capitalista
é imoral, diferente da comunista, na qual se realizaria a moralidade plena
humana e social. A carência de cientificidade da obra principal de Marx estaria
demonstrada pelo conceito de mais valia: para Croce, somente desde um ponto de
vista moral se pode falar de mais valia, em comparação ao valor, legítimo
conceito económico.
Esta crítica de Croce é em verdade um simples sofisma: os conceitos de mais
valia e o de valor são o mesmo. É a diferença entre o valor das mercadorias
produzidas pelo trabalhador e o valor da força de trabalho do próprio
trabalhador. A teoria do valor de Marx se deriva directamente da do economista
inglês David Ricardo, cuja teoria do valor-trabalho “não causou nenhum
escândalo quando foi formulada, porque então não representava nenhum perigo,
parecia apenas, como de fato era, uma constatação puramente objectiva e
científica. O valor polémico e de educação moral e política, para não perder
sua objectividade, devera adquiri-la apenas com a Economia Crítica [O
Capital]”.[4]
A filosofia crociana é um tipo de historicismo, ou seja,
como concebe Vico, a realidade é história e tudo o que existe
é necessariamente histórico. Porém, de acordo com a natureza idealista de sua
filosofia, a história é a do espírito e, portanto, especulativa, de abstracção,
da liberdade, da cultura e do progresso. Não é a história concreta das nações e
das classes:
“A história especulativa pode ser considerada como um retrocesso, em formas
literárias feitas com mais astúcia e menos ingénuas, que o desenvolvimento da
capacidade crítica, com formas de história em descrédito, como jogos de
palavras vazios e registados em diversos livros do próprio Croce. A história
ético-política, enquanto prescinde do conceito de bloco histórico [união de
estrutura e superstrutura no sentido marxista], onde conteúdo económico-social
e forma ético-política se identificam concretamente pela reconstrução de vários
períodos históricos, não se trata de nada mais que de uma apresentação polémica
de pensamentos mais ou menos interessantes, mas não é história. [.] A história
de Croce apresenta-se como figuras desossadas, sem esqueleto, das carnes
flácidas e decadentes até mesmo debaixo do vermelho das veias literárias dos
escritores.”[5]
A actuação conservadora do Croce histórico forma um binómio com a do Croce
filósofo: se a dialéctica do idealista Hegel era uma dialéctica dos contrários
– um desenvolvimento da história que procede por contradições – a dialéctica
crociana é uma dialéctica dos distintos: comutar a contradição em distinção
significa operar uma atenuação, se não uma anulação, dos conflitos que na
história e nas sociedades se apresentam. Para Gramsci, tal atenuação ou
anulação se manifesta nas obras históricas de Croce: sua História da Europa,
iniciando em 1815 e ignorando o período da Revolução Francesa e o império
napoleónico, “não é outra coisa que um fragmento de história, o aspecto passivo
da grande revolução que se iniciou em França em 1789, desembocou no resto da
Europa com os exércitos republicanos e napoleónicos, dando fortes ombradas aos
velhos regimes e determinando não a sua queda imediata, como em França, mas
antes a corrosão reformista que durou até 1870”.
Do mesmo modo, sua História da Itália de 1871 a 1915 “prescinde do momento
da labuta, do momento no qual se elaboram, reúnem e dispõem as forças em
conflito [.] no qual um sistema ético-político se dissolve e outro se elabora
[.] no qual um sistema de relações sociais se desconecta e cai e outro sistema
surge e se afirma. Ao invés disso, Croce toma placidamente como história o
momento de crescimento cultural ou ético-político”.

Teoria Ampliada do Estado: Para Gramsci, o Estado é dividido em dois
segmentos:
- Sociedade
política (que compreende os aparelhos de coerção sob o controle das
burocracias executivas e policial-militar) e
- Sociedade
civil (que é o conjunto de organizações responsáveis pela elaboração
e/ou difusão de ideologias e compreende o sistema escolar, as igrejas, os
partidos políticos, os sindicatos, os meios de comunicação, etc.).
- Gramsci
acreditava que a “mudança” não poderia acontecer do “alto para baixo”. O
socialismo só aconteceria de uma forma gradual e com a mobilização da sociedade
civil, já que ela difunde a ideologia. Esse trabalho deve ser feito
“transformando” a ideologia das massas. É a chamada crise da hegemonia, sendo
possível, apenas, nas sociedades mais complexas, com alto grau de participação
política organizada. Daí, o grande papel dos intelectuais.
O estado e a sociedade civil
A teoria da hegemonia
de Gramsci está ligada à sua concepção do estado capitalista, que, segundo
afirma, exerce o poder tanto mediante a força quanto o consentimento. O estado
não deve ser entendido no sentido estreito de governo. Gramsci divide-o entre a
sociedade política, que é a arena das instituições políticas e do
controlo legal constitucional, e a sociedade civil, que se vê comummente
como uma esfera 'privada' ou 'não-estatal', e que inclui a economía. A primeira
é o âmbito da força e a segunda o do consentimento.
Não obstante, Gramsci esclarece que a divisão é meramente conceptual e que
as ambas podem mesclar-se na prática. Gramsci afirma que sob o capitalismo
moderno, a burguesia pode manter seu controlo económico permitindo que a esfera
política satisfaça certas demandas dos sindicatos e dos partidos políticos de
massas da sociedade civil. Assim, a burguesia leva a cabo uma revolução
passiva, ao ir muito aquém dos seus interesses económicos e permitir que
algumas formas de sua hegemonia se vejam alteradas. Gramsci dava como exemplos
disto movimentos como o reformismo e o fascismo, e bem assim a
'administração científica' e os métodos da linha de montagem de Frederick Taylor e Henry Ford.
Seguindo Maquiavel,
Gramsci argumenta que o 'Príncipe moderno' -o partido revolucionário- é a força
que permitirá que a classe operária desenvolva intelectuais orgânicos e uma
hegemonia alternativa dentro da sociedade civil. Para Gramsci, a natureza
complexa da sociedade civil moderna implica que a única táctica capaz de minar
a hegemonia da burguesia e chegar-se ao socialismo é uma 'guerra de posições'
(análoga à guerra de trincheiras), A 'guerra em movimento' (o ataque frontal)
levado a cabo pelos bolcheviques foi uma estratégia mais apropriada à
sociedade civil 'primordial' existente na Rússia Czarista.
Apesar de sua afirmação de que a fronteira entre as duas é nebulosa,
Gramsci alerta contra a adoração ao estado que resulta do identificar a
sociedade política com a sociedade civil, como no caso dos jacobinos e os fascistas. Ele
acredita que a tarefa histórica do proletariado é criar uma sociedade
regulada e define a 'tendência do estado a desaparecer' como o pleno
desenvolvimento da capacidade da sociedade civil para regular-se a si própria.

Oriente X Ocidente: Gramsci procurou responder a causa do
fracasso da revolução socialista, nos países ocidentais. Ele concluiu que isso
se deveu às diferenças socio-culturais existentes entre esses países, pois, nos
países orientais havia o predomínio do Estado-coerção, o que exigiu uma
estratégia frontal, no qual Gramsci denominou: Guerra de movimento ou revolução popular. Que consiste na
conquista do poder pela força, sendo necessário, nos países orientais, porque,
lá, a sociedade civil era fraca, com reduzida influência sobre as massas.
- Já
nos países ocidentais, a estratégia era diferente, ao contrário do que
acontecia nos países orientais, a sociedade civil era forte, com elevada
influência sobre as massas, reduzindo, a quase zero, a probabilidade das massas
pegarem em armas para conquistar o poder. Dessa forma, era necessária uma revolução passiva ou Guerra de posições
que é uma complexa luta por espaços e posições dentro do “aparelho”
político, um movimento de recuos e avanços na conquista de cargos e alianças -
o popular “comer pelas beiradas”- na missão de transformar a classe dirigente
em classe dominante para que a própria massa a destitua do poder.
Moderno Príncipe: Em sua teoria do partido político de classe
operária, Gramsci se inspira em O
Príncipe de Maquiavel, a esse partido, Gramsci dá o nome de Moderno Príncipe. Agente da vontade
coletiva transformadora, não pode ser mais encarnado por um indivíduo. Nas
sociedades mais modernas, as funções que Maquiavel atribuiu a uma pessoa
singular, cabe a um organismo social, o partido político. A tarefa do Moderno Príncipe é superar os resíduos
corporativos e juntar todos os segmentos da sociedade para a formação de uma
vontade coletiva nacional-popular, ou seja, de um grau de consciência capaz de
permitir uma iniciativa política.
O Papel do Intelectual: Sem uma nova cultura, as classes
subalternas continuarão sofrendo passivamente a hegemonia das velhas classes
dominantes e não poderão se elevar à condição de classes dirigentes. Direção
política, é, também, direção ideológica. Fazendo com que se crie uma nova
cultura (nas massas), o Moderno Príncipe
estará criando as condições para a hegemonia das classes subalternas, e sua
vitória na guerra de posições pelo
socialismo. Daí, a importância, também, do intelectual na construção do
partido político.
- Para
Gramsci, os intelectuais se detêm às sua bases acadêmicas sem de fato conhecer
as massas e sua cultura, por isso, são incapazes de apreender as reais
necessidades da população. Dessa forma, criando, apenas, culturas superficiais,
tornando quase impossível à massa o conhecimento de sua real condição política
e a aceitação de uma nova ideologia – aí, está a necessidade e importância de
se
- mesclar
os intelectuais e os “pobres mortais” deste país.
Historicismo
Gramsci, a exemplo de Marx quando moço, enfaticamente defendia o
historicismo. A partir desta perspectiva, todo significado se deriva da relação
entre a actividade prática (ou 'praxis') e os processos sociais e históricos
'objectivos' dos quais formamos parte. As ideias não podem ser entendidas fora
do contexto histórico e social, à parte de sua função e origem. Os conceitos
com os quais organizamos nosso conhecimento do mundo não derivam
primordialmente de nossa relação com as cousas, mas das relações sociais entre
os usuários destes conceitos. Logo, não há algo como que uma 'natureza humana'
que não muda, mas uma mera ideia desta que muda historicamente. Ademais, a
filosofia e a ciência não 'reflectem' uma realidade independente do homem, mas
são 'verdadeiras' à medida que expressam o processo de desenvolvimento real de
uma situação histórica determinada. A maioria dos marxistas sustentam a opinião
do senso comum de que a verdade é a verdade sem importar quando e onde se
conheça, e que o conhecimento científico (que inclui o marxismo) se acumula
historicamente como o progresso da verdade neste sentido quotidiano. Portanto,
não pertenceria ao domínio ilusório da superstrutura. Para Gramsci, não
obstante, o marxismo era 'verdadeiro' no sentido pragmático social, em que, ao
articular a consciência de classe do proletariado, expressa a 'verdade' de sua
época melhor que qualquer outra teoria. Tal posição anticientífica e
antipositivista devia-se provavelmente à influência de Benedetto Croce. Ainda
que Gramsci repudiasse esta possibilidade, sua descrição histórica da verdade
foi criticada como uma forma de relativismo.
[editar] Crítica do
Economicismo
Num famoso artigo escrito antes de sua prisão, intitulado 'A Revolução contra
O Capital ',
Gramsci afirma que a revolução bolchevique representava uma
revolução contra o livro clássico de Karl Marx, considerado o guia
básico da social-democracia e do movimento operário antes de 1917. Ia contra várias premissas
fazer uma revolução socialista em um país atrasado como a Rússia, que não reunia a
condições económicas e sociais que se consideravam indispensáveis para a
transição ao socialismo.
O principio da primordialidade das relações de produção, dizia, era uma má
interpretação do marxismo. Tanto as mudanças económicas como as culturais são
expressões de um 'processo histórico básico', e é difícil dizer qual esfera tem
maior importância. Para Gramsci, a crença fatalista, comum entre o movimento
operário em seus primeiros anos, de que triunfaria inevitavelmente devido a
'leis históricas', era o produto de circunstâncias de uma classe oprimida,
restrita principalmente à acção defensiva, e seria abandonada como um obstáculo
uma vez que a classe operária pudesse tomar a iniciativa. A 'filosofia da
praxis' não pode confiar em 'leis históricas' invisíveis como os agentes da
mudança social. A história define-se pela praxis humana e portanto inclui o
alvedrio humano. Não obstante, o poder da vontade apenas não pode conseguir
nada que se queira em uma situação determinada: quando a consciência da classe
operária alcançar o nível de desenvolvimento necessário para a revolução, as
circunstâncias históricas que se encontrarão serão tais que não se poderão
alterar arbitrariamente. De qualquer modo, não se pode predeterminar, por
inevitabilidade histórica, qual dentre os muitos possíveis desenvolvimentos
tomará lugar.

CRÍTICA A GRAMSCI nunca
lhe foram dirigidas como um todo, mas por fases, épocas de sua vida
- em sua fase de maturação, é sobre seu
caráter idealista que, na época, afastou-o de uma análise mais detalhada das
transformações econômicas por que passava seu tempo. Seu Marxismo juvenil
revelava-se impermeável à compreensão profunda da importância do momento
econômico e não o fez enxergar algumas manobras políticas necessárias. O seu
radicalismo do tudo ou nada o aproximou, perigosamente, da criticada
passividade Maximalista.
- A outra é de Lênin, o otimismo exagerado sobre a instauração da social-democracia na
Itália, que julgava não precisar de muitos esforços. Lênin, ao contrário,
acreditava ser necessário conhecer bem o inimigo para vencê-lo, inclusive,
aliados mesmo que incertos e provisórios.
- Outra é de não distinguir gnosicamente
entre ciência e ideologia, entre conhecimento objetivo e consciência
interessada, transformando todo conhecimento, até mesmo, o de ciências naturais
em expressão de uma subjetividade de classe ou de grupo; ele equivale a uma
objetivação histórica-social e objetiva natural, mostrando que não superou,
plenamente, a teoria hegeniana, na qual, “toda realidade é espírito”.
- Outra feita pelo cientista político e
psicanalista João Rêgo, que trata da extinção do Estado-coerção, absorvido pelo
Estado-ético (sociedade civil), mas, esta era parte integrante do Estado
ampliado, logo, não se pode falar de extinção do Estado, mas em uma
reestruturação do Estado onde uma das partes foi atrofiada.
- E acrescenta: “Não estaria Gramsci
incorrendo num erro fatal que perpassa todo o acervo do pensamento político
socialista (e, portanto, também, pré-marxista) que é de superestimar a figura
do homem como o bom sauvage rousseauniano,
em vez de uma visão mais realista, ao nosso ver, do homem hobbesiano o homem é lobo do homem. Não seria o
Estado-ético, apenas, conseqüência da projeção desse tipo ideal de homem? E,
portanto, uma sociedade capaz de ser viável, apenas, na hipótese remota de ser
composta por anjos e não por homens?”
Aspectos Positivos ressaltados por alguns autores
David Harris: Gramsci é responsável pelo surgimento de uma
sociologia crítica da cultura e pelo entendimento político da mesma.
Raymond Williams: As formas de dominação e subordinação estão mais
próximas do processo normal de organização e controle nas sociedades
desenvolvidas do que a idéia de uma classe dominante, baseada em fases
históricas anteriores e mais simples.
Paul Ransome: Gramsci superou duas fraquezas centrais que
existiam na abordagem original de Marx: 1- Marx enganara-se ao supor que o
desenvolvimento social sempre tinha origem na estrutura econômica; 2- Marx
demasiadamente acreditava na possibilidade do surgimento espontâneo de uma
consciência revolucionária na classe trabalhadora.
Todd Gitlin: A noção de cultura de Gramsci constituiu um
grande avanço para teorias radicais, chamando atenção para as estruturas
rotineiras do “senso comum”, que funciona como sustentáculo para dominação de
classe e tirania.
Aspectos Negativos de acordo com outros
Acusam-no alguns críticos de fomentar a
noção de labuta pelo poder através das ideias. Para eles, a abordagem
Gramsciana à análise filosófica, presente em controvérsias académicas, entra em
atrito com uma introspecção mais liberal e aberta assente na leitura apolítica
dos clássicos da cultura ocidental. Porém, difícil é creditar a Gramsci certas
controvérsias actuais, posto que este nunca foi um académico e preocupava-se
mais com a cultura, história e pensamentos italianos.
O legado político socialista de Gramsci é
objecto de controvérsias. Togliatti, que liderou o Partido
Comunista Italiano
(PCI) após a Segunda Guerra Mundial e cujo gradualismo
antecedeu o Eurocomunismo,
alegava que as práticas do PCI durante aquele período estavam de acordo com o
pensamento de Gramsci. Outros sugerem que se tratava de um comunista esquerdista, que, pela ascendência de Estaline,
acabaria sendo expulso do seu partido, não tivesse sido preso antes.

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